“Acredite no extraordinário”
Como
definir melhor o filme As Aventuras de PI (Life of Pi)? Um dos filmes mais belos e significativos do ano de
2012, sem dúvidas. Vamos à sua origem. O livro que gerou a adaptação foi escrito
por Yann Martel, um best-seller. O próprio autor declarou ter tido
inspiração no livro "Max e os Felinos", do escritor brasileiro Moacyr Scliar, cuja história é de um refugiado judeu que deixa a Alemanha
e cruza o oceano Atlântico em um bote, com um jaguar. As Aventuras de Pi possui ótimas críticas e uma história repleta de
mensagens e simbolismos que rendeu uma adaptação magnífica para o cinema, nas
mãos do diretor Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain, Hulk) e do roteirista de David Magee (Em Busca da Terra do Nunca) - ambos realizaram um grande trabalho na transposição da
obra.
Excelentes
diálogos e mensagens, claro, em grande parte, isso vem do livro, mas
construídos de uma forma incrível. Ang Lee simplesmente cria uma obra que viaja
além do entretenimento, algo cativante e comovente. A trama apresenta Piscine
Molitor "Pi" Patel (Suraj Sharma), ele é filho do dono de um zoológico localizado em
Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o
empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A
ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar
a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a
uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas
precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma
hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker. Ang Lee trouxe para as
telonas os cenários incríveis narrados por Pi, realmente, lugares e
acontecimentos inacreditáveis, mas que pouco importa depois que você é abduzido
pela história e mensagens passadas pelo protagonista.
O filme foi
gravado quase que totalmente dentro de um estúdio, salvo algumas cenas, fato
preciso para ambientar a vastidão do oceano e demais locais espetaculares – e surreais.
A beleza visual do filme é algo não muito comum no cinema. A cada frame dá
vontade de parar o filme e ficar contemplando por horas a fio.
Ang Lee que
já dirigiu os excelentes O Tigre e o Dragão e O Segredo de Brokeback Mountain,
nos fez acreditar e gostar de coisas tão distintas, retorna para nos fazer crer
em algo extraordinário. O tigre Richard Parker foi criado pela tecnologia CGI, em momento algum
nas cenas em que o ator Suraj Sharma estava presente havia um animal real, um
tigre verdadeiro foi usado apenas quando este aparecia sozinho. E o resultado
final foi incrível, o trabalho em CGI é notável e digno de admiração.
O diretor M. Night Shyamalan (Sexto Sentido) chegou a ser cotado para dirigir a adaptação, entretanto
ele decidiu se afastar do projeto por crer que poderia mudar o desfecho da
obra. Alfonso Cuarón foi cotado, mas acabou trocando a adaptação de
Pi pelo ótimo Filhos da Esperança, e outro nome cotado foi Jean-Pierre Jeunet (O Fabuloso Destino de Amelie Poulin), contudo deixou o projeto após muitas pesquisas e já tendo
até mesmo a data marcada para o início das gravações em 2006.
O fato é
que não sabemos como teria sido se a adaptação tivesse sido dirigida por alguns
destes diretores, mas posso afirmar que após ver o filme de Ang Lee
simplesmente não me importo em saber, pois o diretor taiwanês criou algo
incrível e surpreendente, cativante e emocionante, que dificilmente seria
superado pelas mãos de outros diretores.
Esse é um
filme que você deve assistir. E reassistir.
Eu sou meio anti filmes, por falta de paciência, mas estes dias vi a chamada deste filme no telecine e fiquei interessada. Essa imagem que você postou é tão linda que me encantou, acredito que vou dar uma chance e tentar assistir.
ResponderExcluirCaso isso aconteça eu volto e comento o que achei. =)