Primeiro que o autor é um
querido. O Alexandre me mandou um livro autografado e tudo. Sim, adoro um
autógrafo!
Junte Crepúsculo e Fallen e
terá um bocado de Legna. E isso não é
ruim, visto que são duas franquias que fizeram muito sucesso entre o público
adolescente.
Primeiro, deixem-me divagar um pouco sobre a publicação de livros no
Brasil. As editoras apostam muito nos livros internacionais, isso é visto
de longe. As revisões são, na maioria dos casos, muito bem feitas e tal. Porém
estas editoras, ao que parece, esquecem de revisar os livros nacionais. É
normal que o escritor erre algumas coisas, tenha alguns vícios de linguagem, e
isso cabe ao revisor organizar e limpar o texto, deixando-o redondinho, pronto
para a nossa leitura.
Por que tanta divagação? Por que
Legna, como já disse, tem elementos para cativar os leitores mais jovens, mas é mal revisado. Erros de concordância,
gramaticais, vírgulas mal colocadas... Se fosse uma produção independente, algumas dessas coisas seriam até
deixadas de lado – e faladas com o autor para melhorar na próxima tiragem; mas sair de uma editora, como a Dracaena, sem uma revisão decente? Ah, não.
Pronto, desabafei. Agora vamos à
obra em sua essência?
O erro da obra, em si, está na sinopse. Ela fala demais sobre a obra,
e o leitor acaba ficando sem muitas surpresas. Mais uma vez, a editora podia
ter dado uma lida... Enfim...
Legna Philps, 18 anos, é uma garota normal, que mora com os tios em
Miami. Após o atentado de 11/09/2001, seus tios viram-se obrigados a partirem
para o Brasil, ela teve que morar em Paris,
com seus pais. Lá ela conhece Sayed
Nasser, através do Orkut e, após alguns desencontros, acabam se relacionando.
O amor é rápido, jovem, intenso, quer ser forte, mas os segredos acabam o
enfraquecendo.
Sayed é o cara lindo. Ao contrário de muitos livros que lemos,
neste caso ele não é o badboy que conquista a todas. Neste caso ele é lindo e
perfeito, mas normal. As mulheres o acham lindo e normal. Isso foi um ponto
positivo.
No início da trama, Legna tem um
namorado que não vale nada, e afirma que está com ele apenas por comodismo. Com sua ida para Paris, ela
abandona o traste – ainda bem. Na hora
em que o romance de Legna e Sayed começa a acontecer, de verdade, o livro
deslancha. Apesar de algumas cenas clichês, o romance é bem bonitinho.
Como a sinopse já revelou, Sayed
é um cara que não é normal. E aí a Legna vai dar uma de Bella Swan e tentar
adivinhar o que ele é, afinal. Ela é um
pouco lerda e mal humorada. Aliás, ela me fez lembrar de mim mesma quando
eu estava grávida – só pensava em dormir; assim Legna.
Encontrei um ponto de
inconsistência na história. A obra se passa de 2001 e 2002 e fala sobre o
Facebook, que foi lançado só em 2004... Sim,
sou chata, gosto de tudo bem certinho.
O livro é escrito em primeira pessoa, pela visão de Legna. O que
achei diferente, já que o escritor é um homem. Dá uma boa visão sobre o que os
homens acham que passa na cabeça das mulheres. Os cenários e, até mesmo, os
diálogos são detalhadas nos mínimos detalhes, o que cansa um pouco. Algumas poucas cenas foram dispensáveis,
e acho que uma boa revisão daria conta disso.
Não gostei muito da personalidade
de Legna. Ela acha que é culpada por tudo, até pelo que não é. Sai implorando para
ter um pouco de atenção de Sayed. Mas este não
é um erro do livro, é apenas a personalidade da personagem que não gostei.
Parece não ter muita autoestima.
Os personagens secundários tem bastante espaço e são bem descritos.
Achei muito legal, dá a trama um ponto a mais de visualização.
Algumas cenas sensuais
aconteceram, mas não foram muito exploradas - ainda bem. A obra não pede nada demais, então é melhor não abusar.
A proposta do livro é boa. A temática é romance sobrenatural jovem,
claramente inspirado em Crepúsculo e Fallen, duas sagas de sucesso, como eu já
disse.
Acredito que se houvesse uma real
revisão da editora, reformulando partes que não são tão interessantes,
organizando vocabulário, frases erradas, mal pontuadas, seria um livro muito bom para adolescentes/jovens. Neste formato
como ele está, tem uma historinha bonitinha, mas estes erros me deixaram um
pouco desanimada.
A entrevista com o autor será feita na semana que vem. Ainda dá tempo de enviar suas perguntas: