Primeiro
eu preciso falar sobre esta capa
maravilhosa: metalizado fosco azul, com fundo bem escuro dando a impressão
de noite, com um corvo saindo das sombras de uma floresta. É uma capa linda e
condiz com uma profecia que a história traz. No site da autora é possível ver
todas as capas dos livros lançados, e os
desenhados aqui no Brasil são os mais lindos. É só clicar aqui e conferir:
http://www.julietmarillier.com/books/daughteroftheforest.html
http://www.julietmarillier.com/books/daughteroftheforest.html
Filho
das Sombras é continuação de Filha da Floresta. Ou seja, tem que ler o primeiro para entender este. O primeiro capítulo dá
um olhar geral sobre o primeiro livro, para nos lembrar o que aconteceu com
Sorcha e turma.
Por
mais que o título nos remeta a um personagem principal masculino, a obra fala sobre Liadan, filha de
Sorcha (protagonista de Filha da Floresta). A história se passa no crepúsculo celta da
velha Irlanda. O domínio de Sevenwaters está ameaçado pelos bretões, que se
preparam para guerrear e tomar as terras, visto que estes já tomaram as Ilhas
Sagradas. Segundo a profecia, haverá
uma criança que finalmente conseguirá a paz entre o povo de Sevenwaters e os
Bretões de Northwoods e reconquistará as Ilhas das cavernas místicas e das
árvores sagradas. Esta criança levará a marca do corvo e não será nem da
Bretanha e nem de Erin (Sevenwaters é um cantinho de Erin).
Sorcha
tem três filhos: Liadan (nossa
protagonista) que, de início, é conformada com sua vida de curandeira do
povoado, e pensa que casamento entre clãs, é a melhor saída para Sevenwaters
(lembrando que esta visão era a comum durante a Idade Média). Sean, irmão gêmeo de Liadan, herdeiro
de Sevenwaters, rapaz forte e inteligente. Os dois conseguem se comunicar
mentalmente, o que é uma mão na roda em muitos momentos de apuros. E Niamh, mais velha que os dois, possui espírito
livre e não quer se prender à estas convenções sociais que Liadan pensa ser
normal. Ela quer abraçar o mundo e vive em seu mundo próprio. Mas acontece algo
com Niamh que faz com que todos percam a confiança nela. Ela é obrigada a se
casar com um senhor de terras aliado aos Sevenwaters, que faz dela um ser
totalmente diferente.
Quando
ocorre um ataque às terras de Sevenwaters, e ninguém sabe de onde vem ou quem o
faz, há pânico geral entre os clãs aliados. Então, descobrem que nesta guerra, há um mercenário temido,
chamado de Homem Pintado. Ele tem a metade esquerda do rosto normal (e
linda) e metade direita toda tatuada, inclusive o couro cabeludo, assim como o
braço direito. Uma verdadeira obra de
arte. E em uma viagem, Liadan acaba sendo capturada pelo clã deste homem
misterioso e atraente.
Tentei manter o semblante calmo, mas por dentro estava morrendo de medo. Justo eu, a menina que só queria ficar em casa cuidando de seu jardim de ervas. [...] Eu, a filha de Sevenwaters, sozinha no covil do Homem Pintado e de seu bando de assassinos cruéis. p. 119
Mas
este Homem Pintado é mercenário por uma razão de seu terrível passado. E Liadan
é a pessoa mais certa para tentar entendê-lo. Além disso, ele culpa o pai de
nossa mocinha pelo que lhe aconteceu. Claro que não vou dar nenhuma dica sobre seu problema do passado, é só para
deixar vocês com vontade.
Chego
a dizer que é a partir daí que o livro
ganha aquela ação tão boa que fica difícil de largar a obra. São 605
páginas de história, mas a partir da 106 que as coisas ficam lindas e cheias de
energia.
Nossa
protagonista ouve os Seres da Floresta, assim como sua mãe. Mas, ao contrário
de Sorcha, ela é independente e não dá
ouvidos ao que eles falam se, por acaso, ela considerar errado, ou que não
a faz feliz. Ela é forte e, principalmente, corajosa. Além disso, ela ouve não
somente estes Seres da Floresta, mas outros mais antigos ainda, que dão ordens
que contradizem os primeiros. Liadan fica perdida.
Preferia não ser a escolhida. Os Seres da Floresta eram sorrateiros e agiam de maneira imprevisível. Seus jogos eram complicados, e suas escolhas, nem sempre óbvias. p. 25
Não
há um período preciso para os acontecimentos da série, mas podemos pensar no
final da Baixa Idade Média, visto
que aqui nesta obra, já há sinais de perseguições aos pagãos, remetendo a história
ao século XIV.
Outro
personagem muito importante em todo o livro é Eamonnm, um jovem muito bonito, senhor de terras, muito educado. Ele
quer a mão de Liadam e, a princípio, é fácil se apaixonar por ele, mas as
pessoas mudam ao longo da história...
O que mais gosto nesta
saga é que fala sobre a mitologia celta irlandesa, que é pouco discutida/apresentada em
meio à literatura. Então é claro que já me ganhou por aí. Enquanto a autora
conta as aventuras de Liadan, introduz mitos da velha Irlanda, de maneira muito
rica. Além de deixar claro que pode haver variações nos mitos, dependendo do
público que era contado – o que nos deixa certos de uma coisa: nunca chegaremos
ao mito original, o que é uma pena. Como a maioria das histórias mitológicas,
no passado, eram repassados oralmente, poucas coisas foram escritas, e durante
a inquisição diminuiu drasticamente estes documentos. Possivelmente as histórias
apresentadas pela autora foram repassadas pela própria família.
A
diagramação é muito bem feita, com detalhes em cada primeira página de
capítulo.
Problema: alguns erros de revisão. Palavras com
letras trocadas, letras faltando. Não chega a estragar a leitura, mas incomoda
um bocado.
Oi Cameee!!!
ResponderExcluirAdorei a resenha, infelizmente ainda não li Filha da floresta, mas pretendo comprar a série, me parece uma leitura rica e envolvente, também adoro mitologia. As capas são lindas.
Gêmeos com poder de telepatia. *-* Que super. Essa questão de unir clãs realmente era muito usada e que sorte não acontecer mais.
Amei a dica. =)
uau ponto para a capa apaixonante! *-*
ResponderExcluirbom.. como não li o primeiro não posso dizer muito, mas eu gostei bastanet da resenha parece ser muito bom mesmo :D
Não conhecia a obra ;]
Beijos
http://tamigarotaindecisa.blogspot.com.br
Olá,
ResponderExcluirAcabei hoje de ler Filha da Floresta, gostei da história em si, foi algo novo, é um belo conto. Triste na essência, não nos deixa uma sensação de paz ao final, o que pode ser bom ou ruim. Gosto do fato de ter um começo e um fim, mesmo se tratando de uma trilogia e acho interessante o fato da personagem ter mudado pouco sua integridade, manteve-se fiel à tudo que sempre acreditou, mas aprendeu as diferenças que antes não compreendia.
Não gosto do que acontece com um dos irmãos dela, era o que eu mais sentia empatia, e ver a personagem se desfazer assim foi bem trágico.
Provavelmente eu irei ler o Filho das Sombras, mas prefiro esperar mais um pouco e absolver mais o que se passou, mas acho isso bom, essa opção de escolher deixar sevenwaters para trás, sem perder o sentido da história. E tenho uma suspeita, vou escrever sem dar spoiler nenhum, acho que ao final da trilogia nem tudo está fora de nosso livre-abitrio.
Olá,
ResponderExcluirAcabei hoje de ler Filha da Floresta, gostei da história em si, foi algo novo, é um belo conto. Triste na essência, não nos deixa uma sensação de paz ao final, o que pode ser bom ou ruim. Gosto do fato de ter um começo e um fim, mesmo se tratando de uma trilogia e acho interessante o fato da personagem ter mudado pouco sua integridade, manteve-se fiel à tudo que sempre acreditou, mas aprendeu as diferenças que antes não compreendia.
Não gosto do que acontece com um dos irmãos dela, era o que eu mais sentia empatia, e ver a personagem se desfazer assim foi bem trágico.
Provavelmente eu irei ler o Filho das Sombras, mas prefiro esperar mais um pouco e absolver mais o que se passou, mas acho isso bom, essa opção de escolher deixar sevenwaters para trás, sem perder o sentido da história. E tenho uma suspeita, vou escrever sem dar spoiler nenhum, acho que ao final da trilogia nem tudo está fora de nosso livre-abitrio.