Este livro me foi muito bem
recomendado há 3 anos, pela querida professora de História Antiga, Claídes.
Quando ela, em sala, comentou sobre a obra, logo me interessei e acabei lendo
em formato digital. No início deste ano comprei um exemplar e o reli, e devo
dizer que uma segunda leitura, em um momento diferente, fez toda a diferença.
Acabei olhando a obra com outros olhos, com sentimentos diversos. Então deixa dizer
o que eu penso sobre esta obra:
Ex-radialista da China, Xinran
fazia o programa “Palavras na Brisa Noturna” entre 1989 e 1997, onde recebia
cartas com relatos tristes de mulheres chinesas, que tiveram suas alegrias e
esperanças arrancadas de alguma forma. Xinran só pode publicar suas histórias após
sair da China, já que a política nacionalista não permitiria que seus textos
fossem liberados ao público. Então, somente após mudar-se para a Inglaterra,
pôde fazê-lo. A cada novo capítulo, uma nova história triste e real.
A obra traz o cotidiano das
mulheres chinesas em uma China pós-Revolução Cultural, além de histórias
passadas durante a Revolução. O livro é escrito em primeira pessoa, a partir do
ponto de vista da autora Xinran, de acordo com o que ela via e ouvia nas
entrevistas. Ao mesmo tempo, a história da própria Xinran é contada, mostrando
seus dramas dentro de uma sociedade paternal, machista e ditatorial.
Tragédias, sofrimentos, abusos,
traições. De mulheres milionárias a mendigas, todas passaram por dores imensas
e trouxeram um aprendizado. Mas, engana-se quem pensa que as histórias são,
apenas, sobre relacionamentos conjugais. Os relatos trazem, em sua maioria,
relações parentais desestruturadas.
Como já foi citado, a cada novo
capítulo uma nova história é contada. Assim, posso dizer que duas histórias mexeram
comigo, especialmente, como a da menina abusada pelo pai que encontra conforto
no carinho do toque de uma mosca. Ou na história da mãe que acompanha a morte
dolorosa e lenta de sua única filha após um terremoto.
É impossível não se emocionar,
não sofrer. Afinal, são histórias reais e que, segundo a autora, são retratadas
fielmente como foram contadas/observadas. A princípio é notável que Xinran é
ingênua, e mostra como cresce ao longo dos anos e entrevistas feitas.
Ao final do livro, o próprio
leitor passa a enxergar com outros olhos algumas questões sociais. Porém,
engana-se quem pensa que se trata de um livro feminino, apenas porque fala
sobre as mulheres. Afirmo que todos deveriam lê-lo e garanto que vai ficar
marcado para sempre na memória de quem o fizer. Mas já aviso que a leitura é
intensa, sendo que às vezes fica difícil de engolir aquele nó que se forma na
garganta.
Mais do que recomendado!
Olá,
ResponderExcluirTenho uma tag para você no blog:
http://livrosechocolatequente.blogspot.com.br/2013/03/tag-premio-dardos.html
Oi Came!!!!!
ResponderExcluirNossa que angustiante que deve ser este livro!
Não estou acostumada a ler livros assim, mas acho que esse merece uma atenção especial por ser tão verdadeiro e realista, não é mesmo?
Já tinha visto ele em uma livraria, e não tinha me interessado, depois da resenha, vou procurar para ler sim!
Parabéns por suas leituras! são sempre inspiradoras!!!
bjosss