Eu.
Eu me sinto na mente de Joel. Minha vida parece ser
exatamente uma reprodução fiel dela. Relembro os sorrisos e os bons momentos enquanto eles caem. Enquanto são tomados de mim. E não há como voltar.
Eu desejei isso.
Busco por você. Viajo até as lembranças mais profundamente
enraizadas. Lembro-me de como eramos. Antes de apaga-la. O mundo ao meu redor cai. Rui em grandes pedaços. Rompe o
círculo perfeito assim como quando retiramos a primeira fatia da pizza.
E no final não sentirei sua falta.
Ao menos essa será a dura e fria realidade que darei ao
mundo: eu não sentirei sua falta.
Deixo as lembranças partirem. As suas lembranças. As soterro
com sob outras tão felizes quanto essas. Numa busca desesperada pelo "não
mais sentir".
Não mais sentir saudade.
Não mais sentir amor.
Não mais sentir ódio.
Não mais sentir suas palavras.
Não mais sentir nada que provenha de você.
Separei um lugar especial a você na cabine do esquecimento.
Um assento frio e escuro. Eu sou a mente de Joel. E você não mais será minha
Clementine. Que te roubem de mim. Que vivam a mesma vida que vivemos.
Ninguém jamais a fará feliz como eu a fiz.
Quando você não esperar
vai doer e eu sei como vai doer e vai passar, como passou por mim e fazer com que
se sinta assim, como eu sinto, como eu vejo, como eu vivo, como eu não canso de
tentar, eu sei que vai ouvir, eu sei que vai lembrar, vai rezar pra esquecer,
vai pedir pra esquecer...
E eu vou deixar.