Fala galera bonita!! Como estão?
Hoje se inicia uma série de posts
um pouco diferentes do que vocês estão acostumados, então por favor, não me mandem cartas dizendo que eu estou afundando o
blogue !? espero que vocês leiam com
apreço demasiado haha
O que acontece, na verdade, é que
minha querida chefe permitiu que eu postasse alguns contos produzidos por minha
linda pessoa, por tanto, o que se inicia agora é um holocausto de más
intenções, forrado com pitadas de sangue e honra conjunto de contos e/ou minicontos que serão
postados diariamente quando eu tiver tempo.
Certo? Achei que sim, então vamos
lá.
O primeiro conto é na verdade um Diário de Guerra que estava
desenvolvendo para um blog pessoal, resumindo um pouco, é a história de um
adolescente que se enfiou não por vontade própria num batalhão armado no meio
de uma guerra pós-apocaliptica. Ao contrário de todos os outros, este jovem
acredita que há mais pessoas vivas, e por isto ele deixa cartas mostrando por onde passou, dando dicas, e, além de tudo, esperança
para estes possíveis sobreviventes.
Sem mais rodeios seres de mentes
pensantes e corações pulsantes. Sejam muito bem vindos, estas são As Cartas de Willian Guerra, e espero
que leiam, amem, e me mandem mais cartas com dinheiro dentro gostem!
Carta
aos Sobreviventes – 11.10.2012
Olá, meu nome é Willian T. Guerra e sinceramente não sei
se o que estou fazendo vale de alguma coisa,está cada vez mais difícil escrever
em meio a esse pandemônio e eu não sei se vou conseguir terminar a próxima
palavra.
O fogo lá fora continua a cair
dos céus, e a qualquer instante podemos ser todos mandados pelos ares, há
feridos em meu batalhão, faz dois dias que não comemos nada e a reserva de água
provavelmente acabará ao alvorecer.
Não faço ideia de quem está lendo
esta carta agora, mas sinceramente, eu gostaria que soubesse que Eu te amo, não
importa seus feitos e defeitos ou suas obras do passado, Eu te amo. Talvez você
não entenda isso agora, talvez você nunca entenda, mas quando estamos perto da
morte nós descobrimos que todo ser humano precisa de alguém que o ame de
verdade, que segure sua mão e lhe dê um abraço amigo, que te tire da sarjeta e
limpe a merda que você fez. Todos nós temos um fardo a carregar e,
infelizmente, não são todos que conhecem o meu Deus, e é por isso que se
agarram em coisas tão pequenas na vida, mas quando se está cara-a-cara com o
demônio é que você percebe o verdadeiro amor dos outros.
Parece até absurdo o que estou
fazendo,atrás de mim têm um cara caído, o Thomas, ele foi atingido por um tiro
de Ruger Redhawk .44 bem na perna ontem a noite, e ele ainda grita bastante de
dor, deve ter rompido muitos ligamentos e os médicos não têm muita esperança de
que ele volte a andar. Ao meu lado os soldados engatilham as armas, conferem
munições e equipamentos, relembram ordens e pensam na família, e eu aqui
escrevendo toda essa merda pra vocês, não parece haver muita glória nisso, mas,
de fato não há mais glória neste mundo.
Vocês deviam ver como as pessoas
mudam nessas situações, elas se revelam quando pisam no campo de batalha,
quando são obrigadas a escolher entre salvar a própria vida ou a vida de seu
companheiro, aí vemos seu real valor, vemos quem é amigo ou inimigo. Já me
acostumei com o sangue derramado, também tive que me acostumar a derramá-lo,
atirar a queima roupa e em criaturas desprevenidas têm se tornado rotina pra
mim nesse último mês, e por Deus, queira você nunca precisar fazer isso.
Para que você saiba um pouco
sobre o que está acontecendo vou redigir nesta carta, e espero que você possa
nos ajudar da forma que puder, pois estamos sozinhos nessa.
Somos um batalhão separado do
exército brasileiro, treinados única e exclusivamente para caçar e eliminar as
criaturas que vieram, todos desconfiam que as bruxas que voltaram estão no
controle, e que seria preciso somente matá-las para que todo este inferno
acabasse, pelas ruínas de minha cidade encontrei alguns que disseram ser o fim
dos tempos, o juízo final onde as portas do inferno se abririam e todos os
demônios caminhariam pela terra, eu não duvido que esta possa ser a verdade, e
se for, que seja eu arrebatado para não sofrer mais, mas não sei se você se
preocupa realmente com isso.
Estamos a um mês confinados numa
espécie de presídio de segurança máxima, saímos pouco daqui por que lá fora é
perigoso, mas já tivemos êxito em duas caçadas, o primeiro fora uma espécie de
homem descarnado com garras no lugar das unhas, o segundo era como um demônio
de chifres curtos, rápido como um leopardo, e sim, eu ajudei a capturá-los,
desde que estou aqui meus sentidos foram obrigados a se desenvolver, ás vezes
acho que estou louco por que aos poucos eu perco o senso, algumas vezes me
peguei em completa fúria do "lado de fora", correndo e atirando em
cada filho do inferno a minha frente, e é isso o que essas situações fazem com
as pessoas, tira parte de sua sanidade, mas isso é justo comigo? Foi realmente
justo? Ser jogado aos dezesseis anos no campo de batalha em meio a soldados de
verdade? Ter de caminhar por mortos e carregar seus túmulos, ter de enterrar
corpos e atirar em alguém, não era o futuro que eu tinha para mim, isso não
estava nos meus planos.
Mas o perigo estava em nossa
porta, eu entendo, houve uma onda de rituais envolvendo sacrifícios humanos, a
polícia começou a investigar mas nunca chegaram na conclusão da missão, então
tínhamos que surpreendê-los de alguma forma, assim o exército foi mandado para
São Paulo, onde o foco de sacrifícios e criaturas começou a surgir, e como
éramos poucos os alistados, e muitos os ineficazes, qualquer garoto de
dezesseis anos, que não fosse o único homem da família teria de ser incluso ao
exército. Assim eu vim parar aqui, mas não vou mais ficar me lamentando, aliás
à muito eu não o fazia, mas melhor ter minha vida arriscada na guerra para
salvar a pátria, do que a do meu querido pai, que já está muito velho e doente,
ou do meu querido irmão, por nada nesse mundo desejaria que eles tivessem vindo
em meu lugar, e sei que se orgulharão da minha morte nestes campos.
O céu está escuro de fumaça lá
fora, geralmente há redemoinhos de fogo que se misturam nas nuvens e cospem
chamas na Terra, tudo parece ter sido dominado pelas bruxas e suas crias, eu já
vi um destes redemoinhos uma vez, e por Deus, espero ter sido a última.
Thomas continua gritando, e os soldados
ainda fazem suas malas para o próximo ataque, nós vamos para o sul, onde há uma
concentração de comida em
reserva. Vamos atacar, matar e pilhar o que encontrarmos,
Deus tenha misericórdia de nós e proteja nossas almas contra o mal, mas
sairemos para matar.
Este é apenas um breve relato do
que aconteceu desde que chegamos aqui, a guerra está apenas no começo e creio
que muito sangue ainda vai ser derramado, acho que verei muitos amigos morrerem
e muitos nos matarem com um punhal nas costas, por que irão preferir se
juntarem ao lado que parece mais forte, mas eu entendo por que isto é o
inferno, isto é guerrear e como já disse não vou ficar me lamentando. Eu sou
Willian Guerra, escrevendo do presídio de segurança de São Paulo para dizer
que, Eu te amo, e ainda tenho esperança.
Gostei! Final muito bom!!!!!!passarei aqui sempre!
ResponderExcluirbjos
Obrigada Ana Paula! Venha sim que haverão novos posts. UMBEIJO
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