quarta-feira, 31 de julho de 2013

Gente, ontem eu (Camila) participei de um Hangout, um bate-papo, muito animado com Marina Carvalho, autora de Simplesmente Ana.

Eu participei de um concurso com outros blogs e ganhei a chance de falar abertamente com a autora, fazendo perguntas e tal. Não só eu, teve mais dois blogs que também ganharam.

Enfim, a conversa durou uma hora e está inteirinha disponível no Youtube. Foi um momento muito bacana, de muita risada. O pessoal da editora é tudo de bom, a autora então, nem se fala!

Bem, deixo o bate-papo para vocês conferirem!

Olá galera! Quem acompanha o blog no twitter (@RLeitora) e no Facebook (Fan Page) já estava sabendo que esta entrevista aconteceria em breve - inclusive pedimos que vocês enviassem perguntas para a autora. E desde já, gostaria de agradecer a quem enviou.

Primeiro, vamos conhecer melhor a autora de Filha da Floresta e Filho das Sombras (e muitos outros, mas só estes são lançados no Brasil).
 

Juliet Marillier nasceu em Dunedin, na Nova Zelândia, uma cidade com fortes tradições escocesas que a influenciaram profundamente. Graduou-se em Linguística e Música na Universidade de Otago e tem uma carreira variada que inclui o ensino, a interpretação musical e o trabalho em agências governamentais. Sua famosa trilogia Sevenwaters, A Filha da Floresta, O Filho das Sombras e A Filha da Profecia, ganharam vários prêmios internacionais e a Juliet foi aclamada como a sucessora de Marion Zimmer Bradley, autora da famosa série literária As Brumas de Avalon.

Seu primeiro livro foi Filha da Floresta, escrito em 1999, e logo veio Filho das Sombras em 2000 e Filha da Profecia em 2001. Em 2003 resolveu ser escritora em tempo integral.
Seus romances combinam ficção histórica, fantasia folclórica, romance e drama familiar. Seu foco fica nas relações humanas de seus personagens em sintonia com o mundo natural.

Ela escreve no blog http://www.writerunboxed.com/ na primeira quinta-feira de cada mês.

No site da autora encontramos informações sobre todos os livros: http://www.julietmarillier.com/

Vamos à entrevista com esta super autora:

Os contos nórdicos e lendas irlandesas que você transmite na trilogia Sevenwaters foram contadas à você por seus pais, como Sorcha fez com os filhos dela?
Meus pais adoravam mitologia e contos de fadas, então me contaram um monte de histórias quando criança. Eles eram em sua maioria os celtas - irlandeses e escoceses. Eles também leram para mim e cantaram canções folclóricas. Eu descobri uma ampla gama de mitologia quando comecei a ler livros de fadas de Andrew Lang, que eram coleções de histórias tradicionais de todo o mundo. A partir dessas primeiras experiências, veio o meu amor eterno aos contos de fadas, folclore, mitos e lendas. 

Como historiadora, adorei sua contextualização sobre os valores morais da época em que o livro é situado. Quanto tempo de pesquisa você precisou para começar a escrever "Filha da Floresta"?
Eu fiz uma quantidade razoável de pesquisa histórica, especialmente em relação à religião e à vida diária. Mas essa foi a minha primeira série, e eu não sabia o quanto era importante para obter o contexto histórico certo, mesmo que fosse um livro de fantasia, por isso há um par de erros históricos grandes que eu não faria agora! Eu estava concentrando-se mais sobre os elementos de contos de fadas e a história humana da família de Sevenwaters. Depois do primeiro livro, eu me tornei mais completa na minha pesquisa histórica para cada livro.

Em "Filho das Sombras", temos a história de Liadam, que é muito diferente de sua mãe, Sorcha. Seu espírito livre e independente é motivador e esperançoso. Você se inspirou em algum mito para criar a personalidade de Liadam?
Eu não acho que a personagem de Liadan é inspirada em qualquer história tradicional particular. Ela é mais a mulher que eu gostaria de ser! Além disso, ela contém aspectos de várias mulheres que conheci e admirei na vida real. Eu defino um valor alto na coragem, que é uma de suas principais qualidades.

Se você pudesse convidar um dos personagens para jantar com sua família, quem seria? O que você cozinharia para ele?
Gostaria de convidar Bran (Homem Pintado), que viria acompanhado de seus homens pintados. Eu tenho que cozinhar algo saudável e robusto, talvez uma torta de carne com muitos vegetais. E, em seguida, pudim de chocolate. Cerveja para beber!

Você já veio ao Brasil? Se não, tem projetos de vir para cá?
Não, infelizmente eu nunca visitei o Brasil. Eu adoraria viajar para aí, mas no momento não há planos particulares - é um longo caminho da Austrália. (Seria muito interessante para visitar, durante a Copa do Mundo de Futebol.)

Está escrevendo algo no momento? Se sim, você pode nos dizer alguma coisa sobre?
Atualmente estou escrevendo um romance chamado Dreamers’ Wood,  que é o primeiro livro de uma nova série, Blackthorn e Grim. É outra série irlandesa, mas muito diferente da essência dos livros de Sevenwaters. Ela começa com o personagem central na prisão e prestes a ser executado. Os livros combinam um elemento de conto de fadas com uma forte história de personagens imperfeitos, lutando para colocar suas vidas de volta juntos. Eu não posso dizer mais - é cedo ainda!

Você tem algo a dizer para seus fãs brasileiros? Por favor, deixe uma mensagem para eles.
Olá a todos os meus leitores no Brasil! Estou tão animada por ver a série Sevenwaters publicada aí, e realmente encantada com as edições - a editora me mandou algumas cópias e elas estão muito bem produzidas. Eu fiquei tão satisfeita com o entusiasmo de vocês com os livros, e eu espero que mais do meu trabalho esteja disponível aí (que depende do apoio de vocês, é claro.) Espero ser capaz de viajar para vê-los em algum tempo. Eu entendo que vocês tem um riquíssimo folclore de seu próprio país e gostaria de saber mais sobre sua cultura e história - Eu estou sempre à procura de mais idéias para histórias.

Só tenho a agradecer à Juliet Marillier que, desde o início, foi um doce! Espero que tenham gostado deste post especial. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Primeiro que o autor é um querido. O Alexandre me mandou um livro autografado e tudo. Sim, adoro um autógrafo!

Junte Crepúsculo e Fallen e terá um bocado de Legna.  E isso não é ruim, visto que são duas franquias que fizeram muito sucesso entre o público adolescente.

Primeiro, deixem-me divagar um pouco sobre a publicação de livros no Brasil. As editoras apostam muito nos livros internacionais, isso é visto de longe. As revisões são, na maioria dos casos, muito bem feitas e tal. Porém estas editoras, ao que parece, esquecem de revisar os livros nacionais. É normal que o escritor erre algumas coisas, tenha alguns vícios de linguagem, e isso cabe ao revisor organizar e limpar o texto, deixando-o redondinho, pronto para a nossa leitura.
Por que tanta divagação? Por que Legna, como já disse, tem elementos para cativar os leitores mais jovens, mas é mal revisado. Erros de concordância, gramaticais, vírgulas mal colocadas... Se fosse uma produção independente, algumas dessas coisas seriam até deixadas de lado – e faladas com o autor para melhorar na próxima tiragem; mas sair de uma editora, como a Dracaena, sem uma revisão decente? Ah, não.

Pronto, desabafei. Agora vamos à obra em sua essência?
O erro da obra, em si, está na sinopse. Ela fala demais sobre a obra, e o leitor acaba ficando sem muitas surpresas. Mais uma vez, a editora podia ter dado uma lida... Enfim...

Legna Philps, 18 anos, é uma garota normal, que mora com os tios em Miami. Após o atentado de 11/09/2001, seus tios viram-se obrigados a partirem para o Brasil, ela teve que morar em Paris, com seus pais. Lá ela conhece Sayed Nasser, através do Orkut e, após alguns desencontros, acabam se relacionando. O amor é rápido, jovem, intenso, quer ser forte, mas os segredos acabam o enfraquecendo.

Sayed é o cara lindo. Ao contrário de muitos livros que lemos, neste caso ele não é o badboy que conquista a todas. Neste caso ele é lindo e perfeito, mas normal. As mulheres o acham lindo e normal. Isso foi um ponto positivo.

No início da trama, Legna tem um namorado que não vale nada, e afirma que está com ele apenas por comodismo. Com sua ida para Paris, ela abandona o traste – ainda bem.  Na hora em que o romance de Legna e Sayed começa a acontecer, de verdade, o livro deslancha. Apesar de algumas cenas clichês, o romance é bem bonitinho.

Como a sinopse já revelou, Sayed é um cara que não é normal. E aí a Legna vai dar uma de Bella Swan e tentar adivinhar o que ele é, afinal. Ela é um pouco lerda e mal humorada. Aliás, ela me fez lembrar de mim mesma quando eu estava grávida – só pensava em dormir; assim Legna.

Encontrei um ponto de inconsistência na história. A obra se passa de 2001 e 2002 e fala sobre o Facebook, que foi lançado só em 2004... Sim, sou chata, gosto de tudo bem certinho.

O livro é escrito em primeira pessoa, pela visão de Legna. O que achei diferente, já que o escritor é um homem. Dá uma boa visão sobre o que os homens acham que passa na cabeça das mulheres. Os cenários e, até mesmo, os diálogos são detalhadas nos mínimos detalhes, o que cansa um pouco. Algumas poucas cenas foram dispensáveis, e acho que uma boa revisão daria conta disso.

Não gostei muito da personalidade de Legna. Ela acha que é culpada por tudo, até pelo que não é. Sai implorando para ter um pouco de atenção de Sayed. Mas este não é um erro do livro, é apenas a personalidade da personagem que não gostei. Parece não ter muita autoestima.

Os personagens secundários tem bastante espaço e são bem descritos. Achei muito legal, dá a trama um ponto a mais de visualização.
Algumas cenas sensuais aconteceram, mas não foram muito exploradas - ainda bem. A obra não pede nada demais, então é melhor não abusar.

A proposta do livro é boa. A temática é romance sobrenatural jovem, claramente inspirado em Crepúsculo e Fallen, duas sagas de sucesso, como eu já disse.

Acredito que se houvesse uma real revisão da editora, reformulando partes que não são tão interessantes, organizando vocabulário, frases erradas, mal pontuadas, seria um livro muito bom para adolescentes/jovens. Neste formato como ele está, tem uma historinha bonitinha, mas estes erros me deixaram um pouco desanimada.


A entrevista com o autor será feita na semana que vem. Ainda dá tempo de enviar suas perguntas:

domingo, 28 de julho de 2013

Mais uma autora parceira do blog. Agora estamos falando da querida Bruna Lara, uma mineirinha muito gente boa.

Bruna Karoline Costa Lara nasceu em Uberlândia – MG, onde reside até então com seus pais, irmãos, além de sua avó – que é sua vizinha – e Snoopy, o cachorro. É graduanda em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Adora cozinhar, ler, cantar e, especialmente, escrever. Suas inspirações literárias vão desde Charles Dickens até o lendário J. R. R. Tolkien. Bridd, As Cartas Não Recebidas é o primeiro de seus livros publicados.

Sobre a obra:
No pacífico povoado de Bridd vivia Heron, um menino sonhador, cujo maior desejo era visitar o lendário reino de Galladem. Com o estouro de uma intensa guerra entre galladênios e os temidos bárbaros xavênios, o menino encontrou a oportunidade perfeita para fugir rumo ao reino tão sonhado. Porém, com o início das batalhas, mensageiros não mais partiam...
Cartas não eram entregues. Que consequências isso traria? O que o destino reservava para Heron?

Seu livro já está disponível na nossa Loja de Nacionais: http://www.resenhasdeumaleitora.com.br/p/loja-nacional.html

Em breve haverá a leitura da obra, resenha e a entrevista.

Seja bem vinda, Bruna. Esperamos que esta parceria dure bastante tempo.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

É com grande alegria que venho trazer uma entrevista com a querida Simone Marques, autora de Paganus (obra já resenhada aqui: 
http://www.resenhasdeumaleitora.com.br/2013/04/resenha-paganus-simone-o-marques.html).


A Simone é muito querida e atendeu prontamente à solicitação de entrevista. Mora em São Paulo, escreve desde 2007. Obras publicadas: Paganus, Triskle, Tribo de Dana, Era de Aquário, Agridoce e Marina e os tesouros da Tribo de Dana. Autora de diversos contos publicados em antologias de ficção e fantasia.


Simone, muito obrigada pelo carinho e consideração.

Fiz algumas questões, que acredito serem interessantes sobre seu trabalho:


1. O que é mais difícil/desafiador na arte de escrever?
É convencer os leitores de que o que você escreve é bom e merece ser lido. Escrever não é tão complicado quanto vencer os preconceitos que existem contra o novo autor nacional. 

2. Você acha que os blogueiros ajudam, efetivamente, na divulgação da obra?
Sem dúvida, mas ainda há um bom caminho a seguir. Muitos não têm compromisso com a divulgação e só querem um livro de graça, mas há blogueiros que são comprometidos, sérios e ajudam demais, com suas opiniões, resenhas e, principalmente, falando do livro para seus amigos e conhecidos. Esse trabalho é de grande ajuda e sempre apoio. =)

3. Qual a expectativa no mercado nacional? 
Há muitos novos autores no mercado, que cresceu muito mesmo nos últimos anos e isso é muito bom, mas também há muita coisa ruim circulando e isso compromete quem escreve profissionalmente e se preocupa com a qualidade. Eu acredito que o mercado vai dar uma assentada agora e será um momento de selecionar. Grandes editoras não olham para autores que não tem como investir ou conhecem alguém, que conhece alguém... Minhas expectativas são para que o mercado deixe de ser tão mercenário... 

4. Falando da sua obra Paganus, resenhada no blog, seu contexto histórico foi muito bem trabalhado, retratando o paganismo, assim como a inquisição e os "novos cristãos". Quanto tempo de pesquisa você precisou para escrever a obra?
A obra Paganus foi escrita depois de toda a série, então eu já vinha estudando sobre o paganismo, mas para o livro eu levei cerca um mês pesquisando e lendo artigos históricos. O livro tem pesquisa e intuição.  

5. O que te fez escolher Portugal como cenário para o romance?
Bem, na série que eu tinha escrito, a personagem, Sara, tem ancestrais portugueses. Eu pensei na minha própria ancestralidade para compor a história, por que me sentiria mais à vontade para fazê-lo. Então, Paganus, como vem antes de toda a história (é origem dos ancestrais de Sara do livro Triskle), tinha que ser em Portugal. O mais maravilhoso disso tudo é que descobri minha própria origem celta quando pesquisei para esse livro e foi um momento realmente emocionante e surpreendente, que certamente me ajudou a dar mais emoção à escrita.

6. A bondade do personagem Diogo é evidente e emocionante. Você se inspirou em alguma história (real ou não) para iniciar o romance entre Diogo e Adele?
Não. Eu deixei que eles se apresentassem pra mim. rsrsrs
Esses dois personagens passaram por algumas configurações antes. Escrevi algumas formas de apresentá-los ao leitor e aos poucos eles foram se ligando, combinando, até alcançarem essa afinidade que agradou muito aos leitores e eu fiquei muito feliz com isso! =)

7. O combate entre a turma de Dom Francisco e a aldeia onde vive os pais de Daniele é intenso e de tirar o fôlego. Onde você buscou inspiração para uma cena tão ágil? Algum filme te ajudou na visualização dos embates e lutas?
Eu amo histórias medievais e da idade média. Gosto muito de ler sobre o período da inquisição e assistir filmes sobre isso. Então, eu acredito que essa cena nasceu da compilação de tudo o que já vi sobre o assunto e na qual procurei dar uma personalidade própria e fugir de alguns clichês. 

8.Se você pudesse convidar um dos personagens para jantar com sua família, quem seria? O que você cozinharia para ele!
Ahhh que pergunta interessante! Nunca me perguntaram isso, rsrsrsr
Puxa, que difícil! Acho que eu convidaria a Daniele, por que ela tem um pouco de cada um dos personagens... Eu iria cozinhar para ela nhoque com carne assada, mas não sei dizer porquê! rsrsrsr

9. Que conselho você dá para alguém que quer seguir o seu exemplo?
Preze pela qualidade de seu trabalho. E não pense que só por que você escreveu está perfeito. Não trate seu livro como um filho,por que na maioria das vezes não queremos enxergar os defeitos dele e quando alguém critica nos ofende. Trate como um bem, muito querido e que você quer que melhore e valorize a cada dia. (como uma valiosa herança de família, que também tem todo o relacionamento emocional envolvido). Escreva para que outros leiam. Tenha muita, muita, muita paciência.

10. O que os fãs podem esperar como próximo projeto? Será lançada a continuação de Paganus por alguma editora?
Toda a saga Paganus já está pronta e será relançada, agora pela editora Literata. A novidade para a nova edição são dois novos livros que entrarão entre Paganus e Triskle (que era o livro seguinte na primeira edição da saga). Meus leitores queriam muito saber sobre Daniele no Brasil, então escrevi mais dois livros Samhain e Beltane. E Samhain sai em Outubro. =) 


Para ter mais informações sobre as obras de Simone, é só visitar o blog da autora - sempre atualizado. Ótimooo! http://simoneomarques.blogspot.com.br/

Mais uma vez, gostaria de agradecer esta autora maravilhosa. Não vejo a hora do lançamento da saga Paganus. Quero ler os outros dois!! Obrigada Simone!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Primeiro eu preciso falar sobre esta capa maravilhosa: metalizado fosco azul, com fundo bem escuro dando a impressão de noite, com um corvo saindo das sombras de uma floresta. É uma capa linda e condiz com uma profecia que a história traz. No site da autora é possível ver todas as capas dos livros lançados, e os desenhados aqui no Brasil são os mais lindos. É só clicar aqui e conferir: 
http://www.julietmarillier.com/books/daughteroftheforest.html


Filho das Sombras é continuação de Filha da Floresta. Ou seja, tem que ler o primeiro para entender este. O primeiro capítulo dá um olhar geral sobre o primeiro livro, para nos lembrar o que aconteceu com Sorcha e turma.

Por mais que o título nos remeta a um personagem principal masculino, a obra fala sobre Liadan, filha de Sorcha (protagonista de Filha da Floresta).  A história se passa no crepúsculo celta da velha Irlanda. O domínio de Sevenwaters está ameaçado pelos bretões, que se preparam para guerrear e tomar as terras, visto que estes já tomaram as Ilhas Sagradas. Segundo a profecia, haverá uma criança que finalmente conseguirá a paz entre o povo de Sevenwaters e os Bretões de Northwoods e reconquistará as Ilhas das cavernas místicas e das árvores sagradas. Esta criança levará a marca do corvo e não será nem da Bretanha e nem de Erin (Sevenwaters é um cantinho de Erin).

Sorcha tem três filhos: Liadan (nossa protagonista) que, de início, é conformada com sua vida de curandeira do povoado, e pensa que casamento entre clãs, é a melhor saída para Sevenwaters (lembrando que esta visão era a comum durante a Idade Média). Sean, irmão gêmeo de Liadan, herdeiro de Sevenwaters, rapaz forte e inteligente. Os dois conseguem se comunicar mentalmente, o que é uma mão na roda em muitos momentos de apuros. E Niamh, mais velha que os dois, possui espírito livre e não quer se prender à estas convenções sociais que Liadan pensa ser normal. Ela quer abraçar o mundo e vive em seu mundo próprio. Mas acontece algo com Niamh que faz com que todos percam a confiança nela. Ela é obrigada a se casar com um senhor de terras aliado aos Sevenwaters, que faz dela um ser totalmente diferente.

Quando ocorre um ataque às terras de Sevenwaters, e ninguém sabe de onde vem ou quem o faz, há pânico geral entre os clãs aliados. Então, descobrem que nesta guerra, há um mercenário temido, chamado de Homem Pintado. Ele tem a metade esquerda do rosto normal (e linda) e metade direita toda tatuada, inclusive o couro cabeludo, assim como o braço direito. Uma verdadeira obra de arte. E em uma viagem, Liadan acaba sendo capturada pelo clã deste homem misterioso e atraente.

Tentei manter o semblante calmo, mas por dentro estava morrendo de medo. Justo eu, a menina que só queria ficar em casa cuidando de seu jardim de ervas. [...] Eu, a filha de Sevenwaters, sozinha no covil do Homem Pintado e de seu bando de assassinos cruéis. p. 119

Mas este Homem Pintado é mercenário por uma razão de seu terrível passado. E Liadan é a pessoa mais certa para tentar entendê-lo. Além disso, ele culpa o pai de nossa mocinha pelo que lhe aconteceu. Claro que não vou dar nenhuma dica sobre seu problema do passado, é só para deixar vocês com vontade.

Chego a dizer que é a partir daí que o livro ganha aquela ação tão boa que fica difícil de largar a obra. São 605 páginas de história, mas a partir da 106 que as coisas ficam lindas e cheias de energia.

Nossa protagonista ouve os Seres da Floresta, assim como sua mãe. Mas, ao contrário de Sorcha, ela é independente e não dá ouvidos ao que eles falam se, por acaso, ela considerar errado, ou que não a faz feliz. Ela é forte e, principalmente, corajosa. Além disso, ela ouve não somente estes Seres da Floresta, mas outros mais antigos ainda, que dão ordens que contradizem os primeiros. Liadan fica perdida.

Preferia não ser a escolhida. Os Seres da Floresta eram sorrateiros e agiam de maneira imprevisível. Seus jogos eram complicados, e suas escolhas, nem sempre óbvias. p. 25

Não há um período preciso para os acontecimentos da série, mas podemos pensar no final da Baixa Idade Média, visto que aqui nesta obra, já há sinais de perseguições aos pagãos, remetendo a história ao século XIV.

Outro personagem muito importante em todo o livro é Eamonnm, um jovem muito bonito, senhor de terras, muito educado. Ele quer a mão de Liadam e, a princípio, é fácil se apaixonar por ele, mas as pessoas mudam ao longo da história...

O que mais gosto nesta saga é que fala sobre a mitologia celta irlandesa, que é pouco discutida/apresentada em meio à literatura. Então é claro que já me ganhou por aí. Enquanto a autora conta as aventuras de Liadan, introduz mitos da velha Irlanda, de maneira muito rica. Além de deixar claro que pode haver variações nos mitos, dependendo do público que era contado – o que nos deixa certos de uma coisa: nunca chegaremos ao mito original, o que é uma pena. Como a maioria das histórias mitológicas, no passado, eram repassados oralmente, poucas coisas foram escritas, e durante a inquisição diminuiu drasticamente estes documentos. Possivelmente as histórias apresentadas pela autora foram repassadas pela própria família.

A diagramação é muito bem feita, com detalhes em cada primeira página de capítulo.
Problema: alguns erros de revisão. Palavras com letras trocadas, letras faltando. Não chega a estragar a leitura, mas incomoda um bocado.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Hoje eu venho para falar para vocês sobre um segredo meu: Antes de dormir eu lei - ok, isso vocês também fazem, eu sei. Mas eu gosto de ler ebook. E por uma razão básica: detesto levantar para apagar a luz, então com o ebook, é só desligar o leitor/computador e pronto.

Vocês fazem isso também? Se não faz, tente. Ainda mais no frio rsrsrsrs...

Bem, e falando em ebook, deixa eu mostrar para vocês alguns títulos com precinho bacana (inclusive clássicos com preços ótimos, mesmo!). 

*Estes ebooks são em formato formato ePub, um padrão aberto para livros digitais instituído pela IDPF - International Digital Publishing Forum. O ePub foi desenvolvido para que o conteúdo se adapte a qualquer aparelho, o que significa que a visualização do texto pode ser otimizado para diferentes modelos de aparelhos.Compatível com iPad, iPhone, smartphone Android, tablet Android, Leitores de livros digitais, PC, etc.



Sherlock Holmes em Um Estudo em Vermelho
R$ 3,99





O Ateneu - Raul Pompeia
R$ 3,99







Orgulho e Preconceito
- Jane Austen
R$ 3,99









Razão e Sensibilidade
- Jane Austem
R$ 3,99





Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas
R$ 5,99




Entre outros que listarei, sem figuras para o post não ficar muito grande:

O Retrato de Dorian Grey - Oscar Wilde
R$ 3,99

Guerra e Paz - Volumes 1 e 2 - Léon Tostói
RS 5,99

O Processo - Franz Kafka
R$ 3,99

A Ilha do Dr Moreau - H. G. Wells
R$ 3,99

O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas
R$ 5,99

O Hobbit - Tolkien
R$ 4,99

Moby DickHerman Melville 
R$ 2,99

Admirável Mundo Novo - Alous Huxley
R$ 3,99

Sherlock Holmes e o Signo dos QuatroSir Arthur Conan Doyle
R$ 3,99

O Senhor das MoscasWilliam Golding 
R$ 5,99

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Mais um autor parceiro do blog Resenhas de uma Leitora! Desta vez, estamos falando de Aurélio Mendes.

Links de contato com Aurélio:
https://www.facebook.com/aureliomendes.marco
devumi.tumblr.com

Ele é autor da obra Orbis:


Num futuro, nem tão distante, nem tão próximo, a humanidade atinge seu sumo progresso de civilização. Uma sociedade regida por um governo onipresente e onipotente ao nome do desconhecido Pai. Um mundo onde as diferenças mostravam-se pelas castas genéticas. Cada indivíduo sabia seu papel determinante como organismo social. Os corpora governavam, os caput e cistam trabalhavam e os armas zelavam pelas funções dos excluídos. Numa Terra devastada por uma Terceira Guerra Mundial, onde o Estado reduzia-se numa função de colônia. Musin, um caput, se vê acometido por um sentimento do qual não conseguia explicar. Na busca por respostas sobre se aquilo se tratava de uma mudança ou o começo de uma loucura, Musin acaba descobrindo certos segredos ocultos daquela sociedade e percebe que nem tudo aparenta ser o que é. Uma história sobre o significado do papel de um homem na mudança da história da humanidade. Um contato com uma população não derivada daquele progresso começa a fazer Musin conhecer a chave do questionamento. Orbis, uma obra que lhe fará questionar o mundo a sua volta nos moldes de Huxley e Orwell.

Tema: AventuraFicção, Literatura NacionalPalavras-chave: 1984, admirável, alternativo, ação, científica, draftpunk, drama, fantástica, ficção, literatura, mundo, nacional, neuromancer, novo, suspense, utopia

Para comprar o livro: http://www.resenhasdeumaleitora.com.br/p/loja-nacional.html

Já sabem, para a entrevista enviem perguntas para o autor. Aceitaremos até o dia 28/07.

Gente, resolvi trazer algo novo para vocês (novo aqui no blog, claro). Agora vou tentar trazer entrevistas com autores – todos vibrando.

E para iniciar e dar boa sorte para este novo período no blog, temos uma entrevista com o autor da obra A Mais Amada, R.W. Gomes. Para ler a resenha clique aqui.



Bem, eis que o querido autor nos falou sobre suas referências e deu dicas de escrita. Vamos conferir?

1.    Renan, como iniciou o interesse pela literatura?
Eu comecei a escrever por uma necessidade de contar as histórias que iam me vindo na cabeça, tinha treze anos e sempre rabiscava alguma coisa para compartilhar com os colegas da escola. Depois de um tempo, comecei a ler mais, fazendo leituras mais sérias e quando dei por mim estava cursando Letras e escrevendo romances.

2.    Você "segue os passos" de algum autor em específico?
Não sigo os passos, mas procuro tentar entender a dinâmica que meus autores favoritos usam para escrever. Isso me ajuda a ter uma visão sobre a construção da narrativa, estrutura do texto e outros elementos que auxiliam quem está começando. Eu aprecio muito Eça de Queiroz, José Régio e José de Alencar, que são autores que li muito na universidade. Das influências mais modernas, eu citaria Dan Brown e Sidney Sheldon.

3.    O que te motiva a seguir escrevendo?
Escrever me ajuda a exteriorizar os sentimentos, viver coisas na pele de pessoas bem diferentes de mim. É uma experiência que não consigo viver mais sem. Cada história finalizada é como uma vida que pude provar, eu diria que amadureço um pouco também depois de cada livro.

4.    Qual o seu livro preferido (de outro autor)?
Difícil responder. Eu gostei muito de O Primo Basílio, do Eça de Queiroz, foi uma história que me agradou do começo ao fim e que nunca esqueci.

5.    De onde saem as ideias para iniciar um livro?
Eu me sinto como um receptáculo de histórias, sempre que me abro para “pescá-las” por aí elas chegam até mim. Algumas vezes na forma de uma notícia de jornal, um comentário simples que ouço de alguém, uma canção. É muito variado. Depois disso, as coisas começam a se linkar na minha cabeça, estabelecem uma conexão e aí eu já tenho um caminho para trilhar na escrita. E o resto as próprias personagens vão me falando para onde querem ir e quais suas motivações. Quando escrevi A Mais Amada, por exemplo, não sabia exatamente por que o personagem que era militar deveria ter barba, mesmo isso sendo proibido no exército. Continuei em frente e só depois descobri o que havia por detrás desse detalhe.

6.    Qual a expectativa no mercado nacional? As coisas estão melhorando?
As expectativas são boas. Acredito que com o auxílio da internet os escritores têm muitas possibilidades de divulgar seu trabalho, e isso é fundamental para o sucesso de um livro.

7.    Você acha que os blogueiros ajudam, efetivamente, na divulgação da obra?
Sim, ajudam muito. Além de serem um canal de muito prestígio para os internautas que curtem literatura, os blogs abrem um espaço gratuito, de fácil acesso e que permite o intercâmbio de ideias entre autores e leitores.

8.    O que os leitores podem esperar da sua próxima produção? Já está em desenvolvimento?
Podem esperar uma história agradável de se ler, com bastante ritmo e cheia de surpresas. Não comecei a escrever ainda, mas as ideias já estão chegando e ganhando corpo. É apenas uma questão de tempo.


Só tenho a agradecer o Renan, por nos ceder um momento de seu tempo. E estamos aguardando outras obras!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Mais um autor parceiro aqui no blog, para nossa alegria o/

Este é o querido Alexandre Apolca, autor da obra Legna (que está chegando para resenha).

Sobre o autor:
ALEXANDRE APOLCA nasceu em Porangaba, atualmente mora em Campinas, passou parte de sua vida na cidade de Tatuí, todas no interior de São Paulo. Formou-se em Química Industrial na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Possui fascínio pela ufologia, mitologia e o sobrenatural.

Já viram porquê eu eu me interessei na obra dele, né? Mitologia e sobrenatural é comigo mesmo :D

Sobre a obra:



Livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/livro/249673

Este livro conta a história de Legna Philps, uma garota que larga sua pacata vida em Miami para viver em Paris, onde ela começa um grande romance com Sayed Nasser, um garoto conhecido pela internet. Com o passar do tempo, ela percebe que ele não é normal! Sayed a abandona sem nenhuma explicação, a partir disso, sua vida muda completamente. Em meio à profunda depressão, ela descobre o misterioso segredo dele, e mais, descobre que há algo terrível amaldiçoando essa relação. A perturbação de Legna poderá levá-la a vícios, distúrbios psicóticos, e até a morte... Será que esta maldição é verídica ou apenas uma mera confusão? Legna irá superar tudo para viver ao lado do homem que ama? De onde vem esse intrínseco sentimento entre eles? Qual a explicação para os fatos sobrenaturais que a acompanha desde criança? As respostas estão neste livro, que envolve alquimia, romance, e a fascinante Atlântida..


Mais uma parceria que eu espero que dê certo.
E já sabem, façam as perguntas que quiserem que vamos entrar em contato com o autor na próxima semana para entrevistá-lo. Registraremos as perguntas até dia 25/07.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Olá galera! As surpresas não param de chegar por aqui!

Hoje eu tenho uma super novidade para vocês: temos um escritor no time do blog. Não, não entrou outra pessoa como colunista. Estou falando do nosso já conhecido Hugo Sales (que vocês já sabem como escreve bem).

Ele foi selecionado para uma antologia de contos, chamada "Mentes Inquietas", que será preparado e lançado pela editora Andross. Não é demais?! Eu sei que é.

Agora vamos esperar que o Hugo continue escrevendo e, quem sabe, daqui alguns dias nós estaremos lendo seus livros e pontuando como já fazemos por aqui..

Boa sorte, Hugo, nesta nova empreitada. Estamos torcendo por você!
É com grande alegria que venho trazer uma nova autora parceira do blog.
Estou falando da queridíssima Gabrielle Venâncio Ruas, autora de Angellore, lançada pela Editora MODO.


Vamos saber um pouco mais sobre ela e sua obra:

Gabrielle Venâncio Ruas é mineira de Contagem, e começou a escrever ainda na infância.
Tudo começou num belo dia, dentro da sala de aula, quando a professora de português pediu aos alunos que fizessem uma redação de uma página sobre alguma história criada pelas próprias crianças, e a sua deu quase vinte! Foi a partir disso que descobriu sua vocação para a literatura, e desde então não parou mais de escrever.

Cresceu lendo livros compulsivamente e assistindo animes japoneses na TV (Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco, Shurato...), de onde vem grande parte de sua inspiração literária. Começou a elaborar seu primeiro romance, Os Sete Medalhões – A Lenda, aos 12 anos e, após concluí-lo seis anos depois, o lançou de forma independente pela internet, o que lhe rendeu experiência e a ajudou a conquistar seus primeiros leitores. Além de escritora, também é desenhista amadora.

Atualmente cursa Bacharelado em Letras e Literatura na Universidade Federal de Minas Gerais e pretende seguir uma carreira sólida na área da Língua Portuguesa e das belas-letras literárias. Almeja ganhar um espaço no panorama nacional e ter seus livros entre as estantes das livrarias e nas mãos dos leitores brasileiros. Angellore – A Divina Conspiração é seu primeiro romance publicado.

Contatos:

Twitter: @GabrielleVRuas


Sinopse da Obra:

Olívia Giacomelli é uma investigadora de polícia especializada em complexos casos de assassinato. Competente, ela sempre conseguira resolver com êxito cada um deles, nunca encerrando um crime sem solucioná-lo. No entanto, uma sequência de mortes misteriosas vinha ocorrendo desde 2007 sem que o assassino deixasse rastro. Sophie, uma jovem universitária perseguida por sombras sinistras, tenta superar a ausência da família que morrera num terrível acidente de carro no reveillon de 2008. Em busca por respostas, os caminhos de Sophie e Olívia se cruzam e ambas irão se deparar com uma realidade aterradora. Elas se veem em meio a uma batalha invisível que desde sempre era travada por seres imortais: os Angellores. Agora, elas estão num terreno obscuro e assustador, precisarão se arriscar para descobrir a verdade que mudará suas vidas para sempre.


Palavras da própria autora sobre sua obra:

            Angellore – A Divina Conspiração é um livro de Romance Sobrenatural. Por se tratar de um gênero atrativo e de ótima recepção entre os leitores, fiquei interessada em trabalhar com o estilo. No entanto, quis alcançar um diferencial com a obra. Ela não traz apenas o típico romance adolescente, mas tramas repletas de suspense, mistério e profundidade emocional por parte dos personagens. Procurei não me voltar estritamente para o público feminino, mas construí o enredo de uma maneira que pudesse atrair também o público masculino, acrescendo à narração doses de ação e lutas empolgantes. Angellore também conta com três focos narrativos em primeira pessoa, ao contrário dos outros livros do gênero, que costumam trabalhar somente com um foco: Sophie, a protagonista, uma universitária; Olívia, uma investigadora de polícia; e um narrador cuja identidade mantenho oculta durante toda a narrativa, no intuito de prolongar o clima de suspense. Essa possibilidade de outros ângulos na narrativa, além de convidar mais leitores, explora o enredo com muito mais eficácia. As criaturas-tema aqui são os ceifadores da morte (ou angellores, como são nomeados na história). Além de serem entidades pouco exploradas pela cultura em geral, são carregadas de um misticismo natural. Portanto, acredito que Angellore possui grandes possibilidades de conquistar leitores de todas as idades e gostos.

     Angellore traz grandes inovações ao cenário do romance sobrenatural, tornando-o não só uma obra de mistério e suspense, mas insinuante, atrativa e arrebatadoramente ousada ao leitor. Quando a primeira página é aberta, só é possível parar de ler quando o livro termina. Isso é Angellore.

domingo, 14 de julho de 2013

“Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada.Assim como as canções, como as paixões e as palavras. [...]Enquanto me tiver, que eu seja o último e o primeiro.E quando eu te encontrar, meu grande amor, por favor, me reconheça...”
SKOOB
Sim, o objetivo é que enquanto você lê esta resenha, você fique com essa música linda do Barão Vermelho na cabeça. Agora vamos aos apontamentos:
Este é o primeiro livro que leio da Carol e devo admitir que estou amando a autora – inclusive gostaria de frisar que a literatura nacional está vivendo um período muito fértil e bacana com tantos livros ótimos. Venha à nós!
Quando vi esta capa, pensei que era um livro adolescente. Mas como não se deve julgar um livro pela capa, errei mesmo – o livro é destinado ao público jovem-adulto. Falando em capa, a menina do desenho lembra a Carol e eu fiquei me perguntando, em quem será que a Carol se inspirou para fazer a Bia?

Bia é uma mulher de 25 anos, falida, carente, que tem um amor mal resolvido da adolescência (Guga) que acaba interferindo nos amores atuais. É em torno dela que a história desenvolve, sempre com seu ponto de vista narrado em primeira pessoa – inclusive ela fala como se estivesse em um eterno bate-papo com o leitor, o que ficou ótimo. Ela é muito divertida e até seus pensamentos fogem do comum na maioria das vezes. Bia é uma adulta que apresenta aquelas paranoias femininas como dietas loucas “tentando emagrecer os cinco quilos que ganhou com a depressão pós-desemprego”.

Claro que eu não vou contar a história, mas para resumir sem estragar vou falar que ela conhece um cara maravilhoso (que acaba se tornando seu “encontro”) em um episódio nada convencional: um tiroteio entre policiais e bandidos. E mesmo ali ela consegue ser engraçada, mesmo em seu mau humor. O nome do cara? Vamos chamá-lo de Cara (sim, eu também lembrei da música “Esse cara sou eu”). Vale lembrar que a Bia é um pouco devagar... Não se liga em algumas questões óbvias, e eu tive vontade de pegá-la pelos ombros e falar como a Ana Maria Braga: “Acorda, menina!”.

Então esse Cara é O cara. É músico, mora em Londres, é lindo e romântico. Mas também tem seus lados negativos, já que tende a manipular as coisas e pessoas para que fiquem sempre sob seu controle. Confesso que por horas eu o amei e por outras horas o detestei. E até a Bia descobrir quem é ele, dá muito pano para a manga.

A história fala, então, sobre este envolvimento entre os dois. Sobre erros e acertos do passado. Sobre deixar passar chances, por sermos cabeças duras, ou por julgar que sabemos o que é o melhor para o outro. E sobre verdadeiras amizades, que não importa quanto tempo passemos longe, melhores amigos sempre serão melhores amigos.

Como o livro é em primeira pessoa, os sentimentos da Bia estão ali expostos em carne viva. E isso é mágico, visto que nada é escondido – chega dar aquele frio na barriga em alguns momentos. Significa que a história e os personagens estão palpáveis

O livro todo se passa no Brasil, listando vários ambientes tupiniquins lindos de viver. Gostei do fato de a autora citar algumas coisas da infância da Bia, referenciando os anos 90. Mas tem uma coisa que eu não gostei, eu AMEI: as referências musicais usadas. Vejam, Bia curte música, assim como o Cara. E eles curtem coisas que eu curto, como Beatles, John Mayer e Barão Vermelho (este último então, me gusta mucho).

O nome do livro: ela se acha muito azarada. Então seria azar do cara que quisesse ficar com ela:
“Mas ele girou a chave. Uma, duas, três... Dez vezes. O motor não pegou.
Largou-se no banco, por fim, desistindo. Olhou para mim.
- Deve ser a bateria.
- Não – contestei – Deve ser a minha maré de azar. Deve, não, é! E você está comigo, portanto, azar o seu!
Por um segundo o silêncio foi absoluto. Depois, sem saber direito como aconteceu, a primeira vez em meses, eu caí na gargalhada.”       p. 54

Uma das passagens mais profundas, para mim, foi esta onde o passado ferido de Bia é resumido de forma brilhante:
“- Bia... As pessoas boas também erram.
- Erram tanto que se tonam pessoas más.”     p.306

É um livro lindinho, leve, divertido. Ótimo para você relaxar e esquecer-se do mundo. Eu adoreeei demais! Em geral eu coloco pontos negativos dos livros (vocês sabem disso), mas juro que nesse eu não encontrei nenhum! Então todo mundo lendo já!
Avaliação: 5/5 *-*

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