domingo, 16 de dezembro de 2012


Reúne, num único volume, as principais lendas relativas à mitologia dos povos que habitaram, nos tempos pré-cristãos, os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da gélida Islândia. Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha, que foi a grande divulgadora da cultura dos nórdicos. Com a expansão das navegações vikings, esta difusão alcançou os povos de língua inglesa e deixou sua marca na própria denominação dos dias da semana destes países.
Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a mitologia nórdica influenciou uma legião de artistas na criação de suas próprias obras, tal como o escritor inglês J. R. R. Tolkien e o argentino Jorge Luís Borges. Também o compositor alemão Richard Wagner utilizou as lendas vikings para compor a famosa tetralogia operística O Anel dos Nibelungos, que apresentamos sob a forma romanceada de uma pequena novela, na segunda parte deste volume. Nestas histórias, não faltam ação, romance e até a presença de uma insuspeita veia cômica, já que a maioria dos personagens transitam pelo grotesco, numa profusão de anões, gigantes e elfos. Eis aqui uma das principais "raízes" das modernas sagas de RPG.
Livro ganhado de presente ♥

Esqueça o Thor, Loki e Odin que a Marvel trouxe (falo dos filmes, já que não posso falar dos quadrinhos, pois nunca os li). A real mitologia nórdica tem histórias muito interessantes, diferentes das contadas nos filmes que temos visto ultimamente. É claro que eu sei que estes não tem compromisso com a “realidade mitológica” (se é que isto existe).
Bem, para quem não sabe, Tolkien era grande apreciador destas mitologia, e se inspirou nesta para a criação de O Senhor dos Anéis (sabe aquela história d’O Anel? Saiu daqui!).

Vamos ao que interessa! Esta mitologia surgiu com os povos pré-cristãos, situados onde atualmente ficam os países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca) e a Islândia. Apesar disso, foi muito divulgada pela Alemanha, com a expansão das navegações vikings.
O livro é dividido em duas partes: A primeira metade do livro traz histórias mitológicas, demonstrando toda a imaginação daquele povo. A segunda metade traz a versão romanceada da ópera de O Anel dos Nibelungos, escrita por Richard Wagner entre 1848 e 1874. E vou falar de forma isolada de cada parte.
É retórico dizer que muitas mitologias são parecidas – e não seria diferente com a nórdica, já que é impossível não lembrar a mitologia grega, tanto em relação aos deuses como as histórias.

Aqui temos Asgard, que é a morada dos deuses; e também temos Midgard, que é a terra média, onde vivem outros seres vivos – duendes, elfos e humanos. E muitos outros mundos – ao total são 9 e para que eu não me estenda demasiadamente, prefiro não citá-los.
Os principais deuses são Odin (deus supremo), Thor (deus da força), Freya (deusa da juventude e do amor) e Fricka (esposa de Odin e deusa do matrimônio e fidelidade). Loki (“deus” das trapaças) é, na verdade, considerado um semi-deus, já que é descendente dos gigantes – inimigos diretos dos deuses.
Poderíamos dizer, de forma grosseira, que os deuses nórdicos são parecidos com os gregos. Thor, Freya, Odin, Fricka. Todos eles não medem esforços para atingir seus objetivos. São tempestuosos, temperamentais e ardilosos. Se precisarem matar para alcançar um fim, não hesitarão (mesmo que seja apenas por um capricho). Mas não fiquem receosos, os deuses gregos são assim também.

Porém, há uma grande diferença: o destino dos deuses. Se nas outras mitologias não há um final para eles, na nórdica há sim! A Batalha de Ragnarok (O Crepúsculo dos Deuses) é a luta final onde há “deuses contra gigantes; duendes contra elfos; humanos contra humanos; todos contra todos”. Tenso? Pois é, tenso mesmo. Nesta batalha (que é narrada através das histórias, mesmo) os gigantes invadem Asgard e ali começa uma luta terrível, onde poucos deuses sobrevivem; entre eles: Vidar, filho de Odin; Magni, filho de Thor; Hoder e Balder, deuses muito queridos.
Antes de qualquer coisa, não é spoiler nenhum eu contar sobre a mitologia – afinal, não é um romance. É uma história cultural de um povo.

Como devem ter percebido, Odin, Thor e Loki (que são os três mais famosos entre a atualidade) não foram citados acima. Pois vou contar para vocês: a luta é terrível e nenhum deles sobrevive. Inclusive eu tenho que dizer que o destino de Loki, o perverso, até que a Batalha comece, é terrível. Por ter provocado a morte de um dos deuses mais queridos, é condenado a um suplício terrível: amarrado a três rochas imensas, tem como companheira uma cobra enfeitiçada que baba seu veneno no rosto do semi-deus, causando muita dor. Só sai de lá quando a Batalha de Ragnarok inicia.

Como eu já disse, na segunda parte do livro há a versão romanceada da ópera “O Anel dos Nibelungos”, que traz a história d’O Anel. Obra que inspirou J.R.R. Tolkien para escrever seus livros.
Conta-se que o anão Alberich espiava as ninfas que guardavam o rio Reno, quando ele percebeu que havia muito ouro no fundo das águas. As ninfas explicaram (quase que como sem querer) que se fizesse um anel com aquele ouro – desde que renunciasse totalmente ao amor, Alberich seria o ser o senhor do universo. E assim ele o fez. O problema é que este anel era a ganância pura, fazendo com que quem o usasse se tornasse um tirano, pensando apenas em poder. Para não me ampliar em demasia, vou resumir dizendo que o anel passou por muitas mãos (anões, deuses, gigantes), sempre trazendo desgraça para quem o possuísse.
Não posso falar de todas as histórias – iria me estender ainda mais!

Temos um probleminha (ou, pelo menos, eu tenho): os nomes são muito complexos – tanto em grafia quanto em fonética, o que dificulta um pouco a leitura. Além disso, muitos nomes são parecidíssimos, fazendo com que eu tivesse que voltar alguns capítulos a fim de saber se estava falando da mesma personagem, ou se tinha mudado.
A narrativa do livro é de vários contos dispostos de forma a contar uma história, realmente – não necessariamente sequencial.
Como ponto negativo, posso dizer que a obra apresentou alguns erros ortográficos – não prejudicaram a leitura, entretanto.
Como ponto positivo? Bem, para mim, a mitologia toda já é um ponto positivo (sim, sou suspeita demais!).
Sei que falei mais sobre a mitologia em si do que do livro, mas entenda que é praticamente impossível não se deter à mitologia.

Curiosidade:
A influência da mitologia nórdica por toda a Europa foi tanta, que até alguns dias da semana foram “homenageados”: Thursday – dia de Thor e Friday – dia de Freya.
Por Odin! 

5 comentários:

  1. Olá, Came! Sei que mitologia é um dos seus assuntos favoritos, eu também gosto bastante, logo sei que a resenha deve estar caprichada. Vou conferir...
    Assim, eu não critico as crenças do cristianismo, porém acho um pouco "estranho" quando não é reconhecida a influência de culturas que vieram antes. No final das contas, as religiões falam sobre as mesmas coisas, mas usam linguagens diferentes e se diferem em alguns pontos.
    O que noto na mitologia nórdica, é que ela é essencialmente bélica. Os gregos tinham muito o ideal da beleza, mas os nórdicos, apesar de ter seus deuses belos etc, se preocupavam mais com o vigor em batalha. Acredito que essa coragem sem limites deles, foi o que fez com que se lançassem no desenvolvimento de embarcações. Talvez visando enfrentar coisas de outras terras. Há teorias segundo as quais eles passaram pelo Brasil antes dos portugueses, já ouviu isso, Came? Parabéns pela resenha!

    Beijos!

    Por Odin!

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    Respostas
    1. Por Odin, Ed!
      Concordo contigo, quando fala que as culturas antigas tem influência na cultura atual, incluindo a religião.
      E não sabia destas teorias. Onde posso encontrar mais sobre isso? Poderia me fornecer mais material? Adoraria pesquisar mais...

      Obrigada, sempre, Ed!

      Beijos

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  2. Oi Came!!!! Muito interessante sua resenha, achei legal mesmo! mas para mim, acho que vou parar nela! Teria uma dificuldade muito grande em ler o livro, nomes parecidos e de dificil fonetica, são oque mais atrapalham na leitura! Mas lógico que não é só por isso, o tema em si também não me chama tanto a atenção! Vou ficar apenas lendo suas resenhas que são muito boas!!!

    bjão bonita!!!!

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  3. Um livro que eu gostaria de ler. Pois muitos livros, HQ, filmes... tem alguma referência mitologia e eu nem sempre conheço a histórias da mitologia.

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  4. Ah gostei!
    Nunca antes tinha visto este livro, mas quero dar uma olhada, é uma fascinação inexplicável que sinto por mitologia... Os deuses sempre chamam atenção apesar de serem bem malvadinhos quando querem e se acham no direito.
    Loki vai sofre um bocado, mas pelo visto mereceu. XD
    Uma ideia legal unir contos para contar a história.

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