Carmela, nascida na Itália Renascentista, teme ter um destino igual ao
das irmãs, casadas com desconhecidos mediante vantajosos acordos financeiros.
Sua vida de servidão é interrompida quando um velho pintor de afrescos
chamado Marcello, a contrata por um período para acompanha-lo como sua
ajudante na pintura de uma capela. Durante o trabalho, Carmela desperta o
interesse de um dos aprendizes de Marcello (Giovane), porém, quem chama a
atenção da jovem é o estranho Lorenzo, filho de Marcello, que trabalha
sozinho todas as noites na capela. O velho Marcello e sua esposa (Ludovica)
criam uma atmosfera de mistério e preocupação em torno de Lorenzo. O trabalho
solitário do rapaz instiga a curiosidade de Carmela. Inicia-se, uma conturbada
história de amor entre tintas, obras de arte e sangue.
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OK, você vê a capa e não diz que é um
livro de vampiros, certo? Certo! Aliás, você só tem ideia do tema na última
palavra da sinopse. Legal, não é?! Esse é um livro que sai um pouco da modinha –
é de vampiros, mas é diferente. E é claro que vocês já sabem que eu adoro essa
temática, certo? Certo!
A história se passa durante o
Renascimento, na Itália. Carmela está a ponto de se casar, mas não quer este
destino de jeito nenhum - lembrando que nesta época os casamentos eram acordos
comerciais entre famílias. Sua salvação chega com a visita de Marcello, um
pintor que viu talento nas mãos da jovem enquanto macera unguentos (ou seja,
esmagava folhas e líquidos até obter uma pasta), e a convida para passar uma
temporada como aprendiz e fabricante das suas tintas– e pagando bem ao pai de
Carmela, o equivalente a um dote. Enquanto trabalham pintando uma capela, eis
que surge um personagem que chama a atenção de nossa protagonista: o jovem Lorenzo
– filho de Marcello.
A atração é imediata e, aos poucos,
Carmella ganha a confiança de Lorenzo e seus pais. Namorico na certa! Porém os
eventos da vida fazem com que os dois se separem e Carmela seja prometida a
outra pessoa – novamente os acordos comerciais. E o que resta ao nosso
solitário Lorenzo? Ir atrás dela, claro! Só que tem um detalhe, ele ainda não
contou o que ele realmente é, e os acontecimentos da noite fazem a inocente
Carmela ver coisas que nunca imaginou. Será ilusão? Loucura? É possível confiar
em Lorenzo?
Gente, não posso falar mais que isso,
senão é muita revelação! A história é muito lindinha! É inocente, interessante,
bela. A obra é dividida em 5 “livros”, cada um com um ponto de vista – o que é muito
legal, porque o leitor não fica preso a uma mente, entendendo mais facilmente a
história. Ah, o livro é inteiro em primeira pessoa.
Eu gostei da maneira como o amor entre
os dois é discutido. Algo adolescente, esperto, inocente sem ser bobo. Diria
mais: a história é inteligentíssima. Além do romance, retrata história –
o autor teve muito cuidado em trazer elementos históricos para dar mais
veracidade à trama. Também trouxe elementos de arte – como as pinturas em
afresco, com notas de rodapé explicando termos complexos – o que me ajudou a
compreender a narrativa. Aliás, Rubens Conedera explica certinho como os
afrescos eram feitos – me ajudou até nos estudos de História da Arte... Obrigada
Rubens, te devo uma!
Outra coisa que eu gostei: o ponto de
vista de Carmela é escrito normalmente, enquanto o de Lorenzo é em itálico – aí
eu pensei que era loucura. Mas como eu sou devagar, depois eu entendi – na parte
onde há os dois pontos de vista, que é para diferenciar os dois personagens.
Ficou muito bom e diferente!
Sabe o que eu mais gostei? A facilidade
que o leitor tem de “mastigar” a obra! A leitura é muito fluida e interessante.
Mas é mais: é de rápida interpretação – o que é maravilhoso. As palavras têm
classe e simplicidade ao mesmo tempo. Uma obra leve e chique – como uma pintura
renascentista.
É óbvio que eu tenho que bancar a chata
e colocar pontos negativos (como em todas as minhas resenhas) – mas saibam que esses detalhes não estragaram a “Carmela
e Lorenzo”. Apenas afetaram a minha imaginação – e isso pode não acontecer com
vocês!
Não gostei das figuras pintadas no meio
da obra retratando os personagens. Sério, as
representações de Carmela e Lorenzo conseguem diminuir minha imaginação –
definitivamente não gosto de imagens “descritivas” dos personagens e/ou locais antes
de ler os livros!
Ah, também não gostei de umas “misturebas”
de passado com presente. Olha só:
"Lorenzo recuperou-se e me enxergou. Seu
ânimo parecia ter sido renovado e ele ergue-se, segurando os pulsos da mulher”
(p.206).
Se ele se recuperou, ele se ergueu. Se
ele recupera, ele ergue. Ainda mais porque a narrativa é escrita toda no
passado, então deveria seguir este padrão – o que eu gosto. E tem mais passagens assim. Só gostaria de saber, e estou
sendo sincera, foi falha na hora escrever – afinal, é normal falhar uma letra;
ou na hora de revisar. A intenção era deixar assim ou não? Pergunto por que eu leio,
ultimamente, tanto livros assim, que me pergunto se é normal escrever dessa
forma... Enfim...
Claro que eu não vou contar o porquê da
minha próxima pergunta, mas não entendi uma coisa: a pessoa vira vampira ao ter seu
sangue sugado ou ao tomar o sangue de um vampiro? Porque acontece as duas coisas,
aí fiquei sem entender – ou eu que não li direito, será?
Gente, outra coisa: vocês têm que ver
como foi realizada a paginação do livro: os números parecem ter sido pintados à
mão. Lindo!
Aliás, o livro todo é lindo!
Só posso dizer que é claro que
vale a pena ler! Agora tenho mais um autor da lista dos nacionais “bons de bola”,
aliás, de escrita!
Oi =D
ResponderExcluirEsse livro já me conquistou por ser narrado em um período histórico. Estudei Renascimento em História e Artes e adorei. Então eu iria adorar esse livro também. ^^
Definitivamente você vai amaaaaaaaaar... *-*
ExcluirÓtima resenha! Sempre fiquei me perguntando como seria Carmela e Lorenzo, e agora com suas palavras, minha expectativa para essa estória aumentou muito *-*
ResponderExcluirBjs
www.daimaginacaoaescrita.com
Obrigada Sammy, Que bom que gostou! o/
ExcluirMuito fofa essa resenha... eu acho que vi o problema na frase que você colocou para exemplo... para mim soou assim a primeira parte a moça fala. A segunda parte parece ponto de vista de outra pessoa... mas sei lá... de repente é só maluquice minha.
ResponderExcluirAinda assim eu gostei demais da resenha a ponto de me interessar a ler!!!
Pode ser que eu não tenha entendido, também hehehehe. Obrigada Danielle! ;D
ExcluirMuito obrigado por sua resenha!! Achei linda, e adorei a sinceridade, pois não é a primeira vez que estes pontos negativos são citados! Adorei!!
ResponderExcluirObrigada Rubens! Evidencio a sinceridade aqui, sempre! É o melhor caminho! Obrigada o/
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