Como minha internet anda terrível
e não consigo mais upar os meus vídeos, resolvi tentar fazer esta coluna de
forma escrita. Antes de começar, gostaria de pedir para que, após a leitura,
vocês deixassem a opinião sobre o assunto e sobre a maneira como foi feita –
escrita, neste caso. Ficou agradável?
Bem, vamos ao que interessa?
Os assuntos de hoje foram
propostos pela Gislaine (que é óbvio
que vocês já sabem que ela faz parte do blog), e pelo Ednelson, um leitor do blog muito querido e participativo. São dois
temas:
a)
Resenha e Resumo – Qual a diferença?
b)
Críticas aos autores/livros – Como fazer
uma crítica sem ofensa?
Como são assuntos “parentes”,
penso que é ótimo misturá-los para que possamos entender como fazer uma análise
textual coerente.
Afinal, qual é a diferença entre resumo e resenha?
Resumo é quando você descreve
o que acontece na obra em poucas palavras e de maneira objetiva, revelando
um pouco mais que a sinopse. Há o relato dos fatos de maneira sucinta e você
não deixa sua opinião (ok, se você deixa um “gostei”, ou algo assim, ainda será
somente um resumo!).
Resenha é algo mais complexo. Exige não somente uma leitura da
obra, mas uma real (ou tentativa de) análise. Antes de fazer a resenha, você
deve ler e compreender o texto,
anotando palavras e pontos-chave, para que possa desenvolver um texto-resenha
coerente com a obra e com a sua opinião sobre a mesma.
A resenha consiste em,
basicamente, um resumo da obra somado a sua opinião sobre determinados pontos:
Descrição: Caracterização de situações, cenários, pessoas...
É a soma de substantivos e adjetivos, formando um conjunto preciso, que deve estimular
a imaginação do leitor.
Narração: Como os fatos acontecem; o que aconteceu. Deve
fazer com que o leitor fique atento ao desfecho. A sequência deve ser lógica
temporal – começo ao fim ou fim ao começo.
Variante linguística: Se foi utilizada a norma culta ou linguagem coloquial. Em geral os
livros trazem a linguagem coloquial somente nas conversas (que é o propósito da
variante), mas é interessante ficar atento.
Enredo: Trama da narrativa; a forma como se constrói o
texto.
Construção de personagens: Devem ser levados em conta os
personagens principais e secundários. Devem estar sincronizados com o que o
enredo propõe.
Tempo: momento em que ocorrem as ações, que pode ser
cronológico ou psicológico. Aqui deve ser observado algo mais: as gírias, os
objetos utilizados, entre outros detalhes, devem fazer parte do momento em que
a trama acontece.
Espaço: onde ocorrem as ações.
Focos narrativos: Há três tipos de focos narrativos: 1ª pessoa
(narrador personagem) e 3ª pessoa,
que se subdivide em narrador observador
(vê o que está exteriorizado) e narrador onisciente
(que pode apontar, inclusive, os sentimentos e aspirações do personagem). Alguns
livros misturam o foco narrativo em 3ª pessoa – e isto não é ruim.
Vocabulário utilizado: Deve ser observado se há muitas palavras
repetidas, e se o vocabulário está de acordo com o público alvo (não adianta
utilizar palavras muito complexas em um livro para crianças ou adolescentes, já
que a trama mais rápida é mais interessante).
Capa, diagramação, revisão: São detalhes que fazem diferença na
leitura. A capa condiz com o que a leitura propõe? A diagramação (como o
texto/arte está posto nas páginas) está padronizada? A revisão foi bem feita
(erros ortográficos e gramaticais corrigidos)?
Pontos Positivos e Pontos Negativos: Nenhum livro é inteiramente
perfeito ou inteiramente terrível. Portanto é interessante deixar o “calor” da
leitura passar e fazer uma análise mais fria, estabelecendo os pontos altos e
baixos da trama.
E é neste ponto que eu vou falar
para vocês sobre as críticas! Não é
porque você não gostou de uma obra, que ela não vai ser agradável a outro. Mas
vamos por partes!
Uma vez eu li (não lembro quem
disse isso) que quem vai fazer uma
crítica sobre algo e começa falado de seu criador/autor, não sabe fazer crítica.
E sabe o que? Eu concordo!
Na análise da obra, você deve
falar sobre a obra, não sobre o autor (por mais que isso pareça retórico,
muitos ainda confundem). É claro que é normal uma ou outra referência a outros
livros do mesmo escritor, mas isso não deve deter toda a sua descrição. Assim
como, você pode não gostar de quem escreveu, mas nunca pode desmerecer o que foi escrito.
Muitas vezes gostei de livros que
amigos meus não gostaram. Ou ao contrário. Mas isso não dá o direito de sair
esculachando a obra ou o autor. Você pode deixar tudo em pratos limpos, dizendo
que a obra não surtiu o efeito desejado, ou que não supriu as expectativas, ou,
ainda, que não gostou por x motivos. Mas nunca
pode depreciar uma obra, independente do gênero ou de quem a escreveu.
Imagine você ter dedicado tempo e
amor em algo, e aí vem alguém que não gostou e se acha no direito de falar “é
horrível”, “não perca seu tempo”, “não compre”, “passe longe”, ou coisas afins.
Isso é horrível. É uma opinião, mas não é a opinião geral. Assim como ninguém tem o poder de decidir o que os
outros vão ler ou não. Então, não gostou da obra? Especifique suas razões e
diga que não gostou. Que é a SUA opinião, não uma decisão final sobre a obra, e
que é interessante que cada um tire suas
próprias conclusões.
É claro que a opinião de
blogueiros, em suas resenhas, pode ser levada em conta pelo público leitor
(ainda mais quando muitos blogueiros falam a mesma coisa sobre uma obra), mas
penso que não pode nortear ou, ainda, decidir todas as escolhas do leitor. Falo
isso como blogueira, já que deixo claro quando não gosto de uma obra, que o
leitor pode ler e tirar suas próprias ideias.
Cada um tem um método de leitura
e análise, e eu vou mostrar o meu para vocês.
Meu material básico para a
leitura é o livro, caderno de resenha, caneta, post-it e um marcador de
páginas.
Então em meu caderno de resenhas
eu escrevo alguns tópicos interessantes que surgem durante a leitura (sobre a
fluência, vocabulário, construção de personagem, etc), e os post-its são
colados ao longo da leitura, onde penso que são pontos-chave. Assim, ao final, eu
identifico todos os pontos a serem destacados na análise e decido se são, ou
não, válidos.
Após todos os pontos
transpassados para um documento do Word, em forma de esqueleto, eu começo a unir
as ideias formando o texto. Tento escrever da forma mais simples possível, sem
deixar nada para trás – o que nem sempre consigo hehe.
Não é algo grandioso, mas eu
demorei até chegar neste método (já que eu fazia coisas isoladas: somente a
leitura, somente marcação no caderno, somente os post-its, até que resolvi
juntar tudo), e hoje é o ideal para mim.
Espero ter esclarecido alguns
pontos que penso serem interessantes tanto para os leitores, em geral, quanto
blogueiros.
Até o próximo Falando Abobrinhas!
Oiii Came.
ResponderExcluirGostei do abobrinha escrito, até pq minha net tá tão capenga quanto a tua. XD
Resumos... me dava arrepios quando tinha de fazer para as aulas de literatura, pegar a essência do texto e colocar ali explicadinho sem contar a história toda, pior ainda quando tinha de resumir capítulo por capítulo.
Tb concordo que se vai resenhar o livro o foco é ele, não quem escreve, bom ressaltar os prós e contras, afinal não é de todo bom, nem ruim.
E óbvio que cada um tem sua visão/opinião sobre a obra. Li certa vez um livro indicado por uma amiga, ela odiou a mocinha e eu acabei entendendo o lado dela, se não me engano foi sobre "Mais perto do céu" da Catherine Anderson.
E concordo plenamente que se não curtir o texto não é motivo de esculachar o autor, sempre temos de ser respeitosos.
Bjs
Bom, tenho meu blog há mais de 2 anos e confesso que até hoje encontro dificuldades na hora de escrever uma resenha, principalmente quando gosto muito do livro, porém sempre tento fazer o meu melhor, o que não quer dizer que eu consiga....
ResponderExcluirAgora, criticar sem ofender é infinitamente mais difícil!!!!
Beijoksss
Vanessa - Blog do Balaio
Came, quanto ao formato texto, não vejo problemas, o post ficou agradável de ler. Espero que a sua internet fique estável o mais rápido possível. Palavras bem posicionadas, garotinha. Analisar implica em um certo trabalho intelectual, algo que não é sempre fácil, afinal há obras mais complexas que necessitam de uma atenção redobrada. Dois dos objetivos das resenhas, para mim, são: despertar a curiosidade dos leitores e tentar, na medida do possível, ajudar o escritor a alcançar o máximo de seu potencial. Fazendo essas duas coisas, fazemos o que é o nosso dever como leitores e blogueiros, pois na mesma medida que os escritores se aprimorarem, poderemos desfrutar de textos ainda mais fascinantes. Parabéns pela inteligência ao argumentar!
ResponderExcluirBeijos!
Esse falando abobrinhas iluminou a minha vida ou pelo menos eu espero!
ResponderExcluirComo eu participo do book tour do selo brasileiro e tava na inscrição que após a leitura seria feita uma resenha mesmo com a dúvida se eu conseguiria fazer aceitei e fiz.Fico super apreensiva em como fazer as resenhas(que foram dois livros até agora), do que falar, contar demais sobre o livro e dar spoilers e o post ajudou bastante(assim espero) e espero que na próxima resenha eu faça melhor e que tenha mais coerência. Também vou tentar aplicar a técnica na hora da leitura que assim eu não esqueço nada e não tenho que ficar procurando páginas também!
Já falei que adorei esse post? SHUAUSAHS .-.
ps:Agradeço a falta de internet boa pra você fazer o post porque minha internet sempre foi ruim e não da pra carregar vídeos!
O post ta adicionado aos favoritos!