terça-feira, 15 de outubro de 2013



Resenha publicada originalmente no Legado das Palavras.

Olá, queridos leitores e leitoras!
Se emocionar ao ler um livro é extremamente normal, desejar um final diferente, onde todos sorriam e a “vida” transcorra perfeitamente bem, também. Mas, e quando isso não acontece? E quando o fim é melancólico e triste, além de totalmente fora do esperado? Nesse caso, podemos apenas aceitar que alguns escritores sabem conduzir uma história de tal forma que te faça sorrir, mesmo com o final não esperado e desprovido daquela felicidade criada e almejada, durante a leitura, para o final do livro. Se o final decepciona, a culpa é do autor. Caso satisfaça, a culpa também será dele. Porém, o que acontece quando sorrimos e ficamos com os olhos marejados ao terminar o último capítulo? De quem é a culpa? Bem, acredito que A Culpa é das Estrelas.
Sem mais delongas, vamos às considerações sobre o livro A Culpa é das Estrelas, do autor John Green, publicado no Brasil pela editora Intrínseca.

Sorrir e chorar. Algo que realmente acontece durante a leitura, Green é habilidoso na escolha das palavras, constrói diálogos interessantes e, por narrar em primeira pessoa, aproxima de modo excelente a personagem, Hazel Grace, do leitor. Aliás, Hazel é o grande destaque do livro, mais que a doença, mais que o romance, mais que a filosofia investida. Uma personagem apaixonante, desde as primeiras páginas até a última. O.K. Às vezes ela se torna irritante, mas, por outro lado, isso humaniza ainda mais Hazel. Mas ela não é a única, Augustus Waters, o Gus, é outro personagem que fará os leitores repensarem muitos aspectos de suas vidas, cheio de metáforas e tão filosófico quanto necessita ser, John Green oferece diversão, alegria, melancolia e muita filosofia na história, através da jornada deste dois personagens. Claro, não podemos nos esquecer do câncer.
A doença ao mesmo tempo é o elo entre todos os acontecimentos do livro, salta aos olhos dos leitores a todo instante, entretanto, fica cada vez mais secundário conforme a trama se desenvolve, magistralmente, o autor consegue lhe fazer se esquecer da doença, mesmo ela estando ali, dentro dos personagens. E, no fim, lhe Green aplica um golpe fulminante, uma reviravolta surpreendente.
Na trama, Hazel Grace é uma paciente terminal que, mesmo lutando contra a doença, auxiliada pela medicina, sabe o desfecho final de sua vida. O que ela nem poderia desconfiar é que alguém entraria em sua vida para, literalmente, fazer a balança pender e mudar sua história. Augustus Waters, o garoto que toda garota quer. Eles se conhecem graças aos encontros do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Ambos irão completar as ausências de suas vidas em um romance inspirador, corajoso, irreverente e brutal.
John Green arrisca o final de seu livro com uma reviravolta surpreendente, o que faz a diferença, sem dúvidas. Ele consegue conduzir e alternar o tom da história de maneira natural, sem forçar a barra. Em A Culpa é das Estrelas, navegamos no cotidiano de pessoas com câncer, vemos como isso afeta todos à sua volta. A palavra que melhor pode descrever a sensação após o término do livro - tendo em mente que existem pessoas reais como Hazel e Gus - é: Inspiração. O romance é inspirador, te faz ter vontade de viver e lutar mais por seus objetivos. Este é um livro que mostra o porque da Literatura Jovem estar se expandindo para públicos distintos com tamanha eficiência.
Assim como o final de Uma Aflição Imperial, romance por qual a personagem Hazel é apaixonada, o fim de A Culpa é das Estrelas é inesperado, contudo, você já sabe qual o desfecho, foi dito desde o início, o que realmente importa é a jornada. O fim te faz sorrir enquanto lacrimeja. Faz você pensar e repensar. A história insiste em retumbar na nossa mente. Faz você querer mais. Mas satisfaz.
E lembre-se: alguns infinitos são maiores que outros. Okay? Okay.

Sobre o autor

Hugo Sales Hugo Sales

Aprediz de escritor, músico iniciante e cinéfilo. Herdeiro do Resenhas de Uma Leitora. Contista e RPGista. Mente Inquieta. Escreve sobre literatura, pois, não consegue viver sem e adora compartilhar seus pensamentos e gostos.

7 comentários:

  1. Oi Hugo,
    Ainda não me animei a ler este livro do JG, mas adorei Cidades de Papel.
    As resenhas são bem animadas sobre ACEDE, um dia quem sabe eu vá ler... não gosto do final inesperado e começar a leitura com essa certeza me tira a vontade de conferir. hahaha

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    1. Mas pense bem: todos os finais de livros são inesperados até chegarmos até ele. Não desista da leitura, se você gostou de Cidades de Papel irá adorar ACEDE. Dá uma chance para ele! :3 E obrigado por sempre comentar. Fico muito feliz! :D

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  2. Um livro lindo, e assim como você, também chorei e sorri.
    Bjs, Rose.

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    1. Lindo demais! Sick-lit mostrando seu poder! Espero que o filme seja tão bom quanto... :)

      Obrigado pelo comentário!

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  3. Será que poderiam dar uma olhada nesse blog? Estou começando, aceito opiniões para fazer um blog cada vez melhor para vcs leitores! http://leitoresinformais.blogspot.com.br

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  4. Eu ainda não li nada do Jonh Green mas cada resenha elogiosa só confirma a minha vontade de ler.

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  5. Oi Hugo!
    Confesso que quando esse livro foi lançado ele não me despertou interesse, nem mesmo depois de todos os elogios da blogosfera. Só li porque ele caiu na minha mão. E me apaixonei. Impossível não amar ACEDE (ou qualquer coisa escrita pelo John Green). Hoje, sou fã do autor e devoro qualquer um de seus livros (e a satisfação é garantida a cada vez, rsrs)
    Beijos
    alemdacontracapa.blogspot.com

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