terça-feira, 19 de novembro de 2013


Olá, leitores e leitoras! Essa resenha foi publicada originalmente no Legado das Palavras.

Em 2012 assisti ao filme As Vantagens de Ser Invisível que figurou, certamente, em um dos melhores filmes lançados no ano. Conferir o filme me impulsionou a partir em busca do livro, afinal, além das ótimas atuações e da trilha sonora, o filme possui uma história linda. Publicado pela editora Rocco, o livro do escritor – também diretor e roteirista da adaptação cinematográfica – Stephen Chbosky possui 223 páginas.
As Vantagens de Ser Invisível é um romance epistolar, ou seja: é totalmente narrado através de cartas, embora existam outras formas de desenvolver, como notícias de jornais ou diários, mas este não é o caso. O livro apresenta as cartas escritas pelo jovem apelidado de Charlie a um destinatário incógnito, o leitor, onde narra os acontecimentos de sua vida atual: o verdadeiro deságio que é o início do ensino secundário, a superação do suicídio de seu melhor amigo, meses atrás, e um grave trauma de infância. Entre os temas abordados podemos destacar a sexualidade, o uso de drogas, introversão, além de estampar a importância de amizades em nossas vidas.
Chbosky narra a vida de Charlie com extrema sensibilidade, logo nas primeiras páginas fica difícil não se identificar com o protagonista, muitos já enfrentaram alguns de seus medos e também tiveram as mesmas dúvidas. O autor buscou inspiração em sua própria vida para criar alguns personagens e dar mais veracidade à trama. O livro trata com naturalidade alguns temas polêmicos como a descoberta e o uso de drogas por conta de Charlie, outro tema importante é a abordagem de uma relação homoafetiva, muito bem retratada, que ajuda a expandir horizontes e quebrar paradigmas.
A escrita de Stephen Chbosky não apresenta genialidade, ou apresenta, depende de como você analisar. Ela não é difícil, clássica e muito descritiva, entretanto, vale lembrar que estamos lendo “cartas” de um jovem do ensino médio, cujo à paixão pela literatura e o dom para escrita é bem demonstrado, logo, temos uma narrativa a altura do personagem, o que faz nos identificarmos ainda mais com Charlie.
A obra possui muitas inspirações, um delas é o escritor Stephen King. Segundo Chbosky seu livro possui muito de algumas obras do mestre do terror, livros Carrie e O Iluminado, além do conto, Conta Comigo. Fã confesso do escritor vale citar o que Chbosky disse em uma entrevista, ele acredita que King seja “o maior contador de histórias de todos os tempos”. O livro também apresenta uma vasta lista de referências musicais – aliás, o ditado “sexo, drogas e rock’n roll” se encaixa perfeitamente aqui e chega até mesmo soar de forma poética -, algumas das bandas citadas são: Nirvana, Beatles, Pink Floyd e, claro, The Smiths com a música Asleep (favorita de Charlie). Outras ótimas referências são as literárias, Bill, professor de Charlie, o estimula através da leitura e indica grandes obras da literatura como: Uma Ilha de Paz (John Knowles), Walden (H.D. Thoreau), O Sol é para Todos (Harper Lee), O Grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald), Peter Pan (J. M. Barrie) A Nascente (Ayn Rand), Hamlet (William Shakespeare), Almoço Nu (William S. Burroughs), Este Lado do Paraíso (F. Scott Fitzgerald), On The Road/Pé na Estrada (Jack Kerouac), O Estrangeiro (Albert Camus) e O Apanhador do Campo de Centeio (J.D. Salinger).
Não quero entrar muito na história por achar que ela é sensível demais e qualquer mínimo spoiler pode vir a comprometer a leitura, contudo, esta é uma obra recomendada, onde é praticamente impossível não se identificar com alguns dos personagens ou com o que estão vivendo. A sutileza da história nos faz refletir acerca de alguns aspectos, como a amizade, por exemplo. A leitura é indispensável, mesmo a adaptação cinematográfica sendo extremamente fiel e tão boa quanto o livro.
Nós somos infinitos.

PS: Escrevi sobre o filme aqui.

Sobre o autor


Hugo Sales Hugo Sales
Aprendiz de escritor, músico iniciante e cinéfilo. Herdeiro do Resenhas de Uma Leitora. Contista e RPGista. Mente Inquieta. Escreve sobre literatura, pois, não consegue viver sem e adora compartilhar seus pensamentos e gostos.

Um comentário:

  1. Esse livro é ótimo! Adorei o Charlie, ele realmente me cativou. Gostei muito da forma como foram abordados assuntos tão polêmicos e presentes nos dias de hoje, como os que você citou.
    Quero reler o livro em breve, muito em breve.
    O filme também é lindo, e tem uma trilha sonora incrível, não tem como não amar.
    Beijos!
    http://temponaoperdido.wordpress.com/

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