Você alguma vez já
buscou o seu “Grande Talvez”? Mas, o que seria o “Grande Talvez”?
Acredito que
seja algo em torno de viver a vida. Abandonar a zona de conforto, buscar
emoções não sentidas, desafios não vividos. Quebrar as regras, às vezes, sim. Conhecer, viver, sorrir, chorar, explorar, muitas coisas podem englobar o
Grande Talvez, cada pessoa irá encontra-lo com sua singularidade.
Acredito
nisso.
É assim, filosofando, que se inicia o livro Quem é Você, Alasca?, do
famigerado escritor John Green.
Antes do sucesso
meteórico de A Culpa é das Estrelas e
Cidades de Papel, Green, logo em seu
romance de estreia, já mostrava sinais do quão habilidoso, filosófico e
sensível era sua escrita. Quem é Você,
Alasca? é de longe, mas muito longe, o livro que mais gostei do autor, e
isso não significa que eu ache os demais ruins – já é possível imaginar o quão
bom todos são, não?
A história triunfa em
seus momentos existencialistas, em seus questionamentos sobre a vida e o viver.
No modo como mostra que nós somos moldados por nossas vivências. Amizade e amor
são temas bem explorados no livro, de uma forma menos clichê que as encontradas
convencionalmente. O perdão, talvez mais o autoperdão, também tem lugar de
destaque no enredo, ele nos faz assumirmos quem realmente somos e saber que nos
momentos vividos fizemos o nosso melhor, mesmo que as consequências nem sempre
sejam as desejadas. Até mesmo algumas questões religiosas são abordadas.
Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras - e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o 'Grande Talvez'. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez.
Os personagens são uma
bela fonte de conhecimento e referências. A narrativa em primeira pessoa
favorece a descrição e a profundidade das vivencias de Miles ao ingressar em
Culver Creek. O círculo de amigos (Takumi Hikohito, Chip "O Coronel"
Martin, Lara Buterskayaque) que forma-se é interessante por suas diferenças, cada qual com sua
singularidade, conforme avançamos na história, eles se tornam aquele grupo de amigos inseparáveis, aqueles amigos dos quais jamais nos esqueceremos por conta do momento vivido.
Sentimentos afloram de modos incontroláveis, incluindo o amor de Miles pela
apaixonante Alasca Young. Entre os seus pontos em comum, a literatura se faz
presente de uma forma importante. Alasca é a verdadeira responsável por
engrena-lo no caminho do Grande Talvez.
"Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia (...) Você passa a vida toda preso no labirinto, pensando em como você escapará um dia, e o quão maravilhoso será, e pensar no futuro mantêm você inteiro, mas você nunca fará nada disso. De uma hora pra outra tudo muda, se transforma, e você acabou de usar o futuro fugindo do presente." - Alasca Young
" O único caminho para sair do labirinto de sofrimento é perdoando."
Alasca > Hazel. Alasca Young by Radiophonia
Após um longo período
absorvendo a história do livro (quase seis meses), decidi (tentar) colocar em
palavras o que senti ao lê-lo. Se ler com olhos apenas para o romance
adolescente e o círculo de amizade em questão, provavelmente você não
aproveitará todo o potencial que o livro oferece. Sua beleza está nas
entrelinhas, nos mínimos detalhes que podem facilmente passar despercebidos - assim como todos os livros do John Green que li até o momento: a beleza da sutileza.
Por último, digo que este livro tem um plotwist
emocionalmente carregado que traz significados e uma beleza espetacular.
Oi Hugo,
ResponderExcluirNão me animo muito com livros do John Green, até agora li apenas Cidades de Papel e gostei bastante.
Quem é você, Alasca? Chamou mais atenção que A culpa é das estrelas.... quem sabe mais para frente acabe por dar uma chance e leia...