quinta-feira, 13 de março de 2014


“Sou loucamente apaixonado por você, Penny. Você é a minha coisa mais favorita desse mundo.”

O fim do mundo é inevitável em Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo (Seeking For a Friend for the End of the World, 2012). O filme explora o que aconteceria com as pessoas caso o fim do mundo fosse anunciado. Acompanhamos os últimos dias da vida de Dodge, interpretado pelo carismático Steve Carell, desde o anúncio do fim até o momento derradeiro. Sua vida teria o fim mais monótono possível, não fosse por sua jovem, desconhecida, extrovertida, melancólica e um tanto amável, viznha Penny, vivida pela belíssima Keira Knightley. A dupla está carismática e interpretam personagens com algo em comum: desilusões amorosas. Além dos protagonistas, o elenco de apoio também é ótimo e conta com nomes como: Martin Sheen, Mark Moses, Adam Brody, William Petersen, Patton Oswald e Connie Britton  

 Na trama, o asteroide Matilda está em rota de colisão com a Terra e não há mais saída: o mundo será totalmente destruído. Restam três semanas até o acontecimento fatídico. As pessoas decidem aproveitar seus últimos dias das mais variadas formas, desde bebedeiras até sexo sem compromisso. No meio de todos o caos trazido pelo fim, dois vizinhos, solitários e completamente desconhecidos um ao outro, Dodge e Penny, acabam por se encontrarem e decidem percorrer o país em busca de rever pessoas do passado. Ela para reencontrar a família; ele, para rever um grande amor de sua juventude. A viagem traz muito mais que apenas troca de experiências. Acaba por trazer reflexões e uma sincera amizade entre os dois.

O filme apresenta um tom nostálgico, mostrado na relação de Penny com discos de vinis e também uma falta de contato entre as pessoas. A roteirista e diretora Lorene Scafaria (Nick & Norah - Uma Noite de Amor e Música), transmite uma mensagem importante sobre o contato entre as pessoas, principalmente em um mundo cada vez mais tecnológico, cada vez mais fechado às telas de computadores e celulares. O foco é no quão importante é passarmos nosso tempo com quem amamos e com que nos ama, é um filme sobre estar o máximo de tempo possível perto de quem realmente nos faz bem.  
Intrínseco em relação a sua comicidade e sua melancolia, com um romance bem estruturado que foge da pieguice muitas vezes vistas, o filme é leve e prazeroso de assistir. Personagens bem construídos e, acima de tudo, cativantes. Repleto de cenas malucas como uma família reunida injetando heroína ou uma orgia em uma lanchonete. Cenas melancólicas quando ambos trocam informações sobre suas famílias ou durante a ligação de Penny aos seus pais. Um filme bem construído com reviravoltas fidedignas de fazer o coração apertar e os olhos ficarem marejados. Uma ótima surpresa.  

Sobre o autor

Hugo Sales Hugo Sales
Escritor e músico aprendiz. Cinéfilo dedicado. Herdeiro do Resenhas de Uma Leitora. Contista e RPGista. Mente Inquieta. Escreve sobre literatura, pois, não consegue viver sem e adora compartilhar seus pensamentos e gostos.

domingo, 9 de março de 2014

Bem vindos ao universo da literatura.
Um livro sensível com uma história e um protagonista cativante, é assim que posso definir o livro da autora R. J. Palacio, O Extraordinário, que possuí 320 páginas e foi publicado pela editora Intrínseca.
August “Auggie” Pullman, é o herói que está prestes a enfrentar uma árdua jornada. Algo diferente de tudo o que já viveu: ele irá enfrentar os desafios da escola pela primeira vez.
Auggie sempre estudou em casa tendo a mãe como professora. O desafio consiste em sua adaptação no meio escolar, o que torna as coisas mais difíceis é o fato de August ter nascido com uma rara doença que deixou sua face totalmente desfigurada. Mesmo após muitas cirurgias e tratamentos, as pessoas ainda o olham com repúdio, seja na rua ou em qualquer outro lugar.
Quase todos em sua nova escola não lhe dão atenção, socializam ou sequer se aproximam muito dele. Auggie enfrenta as dificuldades impostas com muita dignidade. Ainda que em muitos momentos desistir pareça ser a opção mais viável, ele sempre pode recorrer à sua família que o ama indubitável e infindavelmente, sem se importarem com sua aparência – e, na real, até mesmo nós aprendemos a amá-lo.


Narrado em primeira pessoa ficamos expostos às suas divagações, seus medos e angústias. Adentramos em uma vida com outra face. A face de Auggie. A história nos transporta a um universo que nós nem imaginamos como é, o universo das pessoas que sofrem de alguma doença ou vítimas de acidentes cruéis, por exemplo. Através de Auggie podemos ter uma noção de como há uma luta diária sob quaisquer que sejam os problemas.
A relação com a família é bem explorada e digna de nota. Quando eu me tornar pai, certamente, terei algumas coisas desse livro como guia. Dentre outras mensagens, o livro explora a importância da amizade e narra uma verdadeira batalha contra o bullying.
Apesar de ser narrado em primeira pessoa, há capítulos de personagens secundários, mostrando seu ponto de vista em relação ao que acontece. Impossível não se identificar com alguns deles.
Eu, particularmente, adorei as referências a David Bowie e aos livros O Pequeno Príncipe e O Homem Elefante, dentre as demais, essas se destacam. E quem é que não gosta de referências, não é?



Extraordinário é um livro amável, sensível e, acima de tudo, uma leitura cativante, simples, ágil e poderosa. Demorei alguns meses para ler, mas desde a primeira vez que li sua sinopse e busquei informações sobre a história, tive certeza que leria um ótimo livro. E foi exatamente o que aconteceu. Um história sobre compaixão, aceitação, gentileza, amor e esperança que deve ser lida, principalmente por nossas crianças. Livros como esse deveriam estar nas nossas escolas.
O nome do livro já o classifica por si só. 

Sobre o autor

Hugo Sales Hugo Sales
Escritor e músico aprendiz. Cinéfilo dedicado. Herdeiro do Resenhas de Uma Leitora. Contista e RPGista. Mente Inquieta. Escreve sobre literatura, pois, não consegue viver sem e adora compartilhar seus pensamentos e gostos.
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